Alemanha pede perpétua a acusado de matar egípcia

Promotores exigiram hoje prisão perpétua para um homem que admitiu ter matado a facadas uma egípcia grávida dentro de uma corte alemã. O caso tem causado comoção em todo o mundo árabe.

O promotor Frank Heinrich afirmou em suas declarações finais em uma corte estadual de Dresden que o suspeito agiu com ódio contra estrangeiros e merece a pena máxima. “Está claro que o motivo foi o ódio aos muçulmanos”, disse Heinrich a um painel de magistrados. “Como um assassino maníaco, sangue-frio, ele começou a esfaquear a mulher e o marido dela, que estava tentando protegê-la.”

Durante o julgamento, o suspeito Alexander Wiens admitiu que matou a facadas Marwa al-Sherbini, durante uma audiência na corte em 1º de julho. Nascido na Rússia, Wiens, de 28 anos, disse que suas ações não foram premeditadas nem havia motivação xenofóbica. Os advogados de defesa devem expor suas conclusões ainda hoje. Muitas cortes alemãs, incluindo essa em que ocorreu o crime, não têm controles de segurança em suas entradas. Os promotores disseram que Wiens utilizou uma faca de cozinha de 18 centímetros, levada à corte em uma mochila.

Marwa, uma farmacêutica de 31 anos, foi esfaqueada pelo menos 16 vezes na corte de Dresden. Ela tinha ido testemunhar contra o suspeito. A egípcia havia entrado com uma ação contra ele em 2008 por insultos racistas. O marido dela, um cientista que conduzia uma pesquisa em Dresden, foi esfaqueado e sofreu sérios ferimentos quando tentou intervir. O filho do casal, de 3 anos, estava na corte e presenciou a agressão.

Os egípcios se revoltaram pelo ataque e pela resposta inicial pouco incisiva, na opinião deles, das autoridades alemãs. Na semana seguinte à morte, a chanceler alemã Angela Merkel enviou suas condolências ao presidente egípcio, Hosni Mubarak, mas não comentou o caso publicamente.