Mudanças imediatas

Duzentos cientistas de vários países estão reunidos em Bali (Indonésia) até o próximo dia 14, atendendo convocação da Organização das Nações Unidas (ONU), para mais uma conferência sobre mudanças climáticas. Muitos desses cientistas pertencem ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

Quem acompanha a realização desses freqüentes encontros e tem acesso a um mínimo de informações veiculadas pela mídia mundial está ciente da má vontade dos governantes dos países ricos e, em escala mais dramática, da extrema lentidão do anúncio de medidas capazes de minorar a gravidade da problemática do aquecimento global.

Antes de retornarem a seus países para continuar pesquisando a desordem climática do planeta e propor soluções factíveis, os cientistas fizeram um apelo aos dirigentes mundiais, enfatizando o corte pela metade – até 2050 – das emissões de gases do efeito estufa.

Na declaração distribuída na quinta-feira, 6, que será encaminhada aos governantes de 190 países, os cientistas reunidos em Bali clamam que as providências são imprescindíveis para evitar que ?milhões de pessoas fiquem sob risco de ondas de calor, secas, enchentes e tormentas, com cidades e litorais ameaçados pela elevação do nível dos oceanos e muitos ecossistemas, espécies de animais e plantas sob sério perigo de extinção?.

Não se trata, como à primeira vista poderia parecer, da leitura de romances de suspense ou ficção científica. Ao contrário, o planeta está diante de uma realidade que, se não receber um choque corretivo imediato, causará danos irreversíveis sobre os ambientes e as criaturas que o habitam.

Entre os cientistas que assinaram o duro apelo está Richard Sommerville, um dos mais respeitados meteorologistas do mundo, além de dezenas de outros homens de ciência reconhecidos nos centros avançados de estudos sobre climatologia, pelo imenso acervo de pesquisas nesse campo.

Sommerville acentuou que para se chegar a resultados concretos os negociadores do clima precisam acreditar que ?a mudança climática é real e urgente, e requer uma forte ação, agora?. Ouvido pela BBC Brasil, estimou que ?o mundo pode ter cerca de dez anos para começar a inverter a atual tendência de crescimento das emissões dos gases do efeito estufa?.

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