Nove candidatos assumidamente homossexuais vão disputar eleição para cargos legislativos este ano, em cinco Estados brasileiros, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), a entidade mais antiga do gênero no País. O número é bem menor que o da eleição municipal de 2000 quando 23 gays disputaram o pleito e apenas três se elegeram vereadores. Ao contrário da eleição passada este ano eles não traçaram uma estratégia nacional de campanha, mas continuam defendendo os mesmos pontos, a luta por ensino público de qualidade, educação sexual nas escolas, programas de prevenção e combate a doenças sexualmente transmissíveis e defesa dos direitos civis dos homossexuais.
O maior número de candidatos é de São Paulo. Eles são quatro: Beto de Jesus (PT) candidato a deputado federal; Róbson Cerqueira (PSDB), Leandor Paixão (PSTU) e Zuba (PT) que disputarão uma vaga na Assembléia Legislativa. No Paraná, Heliziane Nilton (PSB) e Otair Santos (PT) pleiteiam uma vaga de deputado estadual. Em Santa Catarina, Katiely Lanzinni (PFL) disputa vaga na Assembléia Legislativa. Em Minas Gerais, Soraya Menezes (PSTU) quer ser senadora e na Bahia, Marcelo Cerqueira (PV), diretor do GGB, tentará uma vaga na Assembléia Legislativa baiana, para, segundo ele, ?quebrar o conservadorismo da Casa?.
É a segunda eleição legislativa que Cerqueira disputa. Em 2000 tentou uma vaga na Câmara Municipal de Salvador, obteve 3.153 votos e não se elegeu. Ela acredita que agora o momento político é outro. ?Houve preconceito na eleição passada pois os brasileiros são muito conservadores, mas este ano, existe uma disposição de mudança com a possibilidade de eleição do petista Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República?, disse, querendo aproveitar esse mesmo vento ?progressista? e obter os 30 mil votos que precisa para conseguir uma cadeira no Legislativo baiano.