MLST denuncia maus tratos em prisões e Polícia Militar do DF nega

Brasília – O Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) denunciou ontem (13) às organizações de direitos humanos que integrantes do movimento teriam sofrido maus tratos enquanto estavam presos no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília. A denúncia é que a Polícia Militar de Brasília e a Polícia Legislativa torturaram os militantes no ginásio. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal nega as acusações

De acordo com o membro do diretório nacional do MLST Aparecido Dias, os militantes ficaram sentados na mesma posição durante 48 horas, sem dormir, sem alimentação, com frio e apanhavam com tapas na cabeça. Outros constrangimentos que supostamente teriam sofrido os presos, segundo Dias, era que para ir ao banheiro, as pessoas tinha que andar até 100 metros de joelhos até o banheiro. Além disso, o movimento denuncia que mulheres chegaram a sofrer beliscões nos seios.

"Todo mundo está indignado. E essa explicação que nós estamos querendo saber o que aconteceu. Porque a polícia é responsável pelos presos e ajudou torturar os integrantes. Nós estamos só denunciando agora é porque só agora os companheiros que estavam presos foram soltos", denunciou.

Segundo o chefe do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciops) da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, coronel Weslei Antônio Maretti, apesar do local ser impróprio para acomodar os presos, não houve nenhum tipo de tortura contra os integrantes do MLST. "Foi uma ação excepcional, em razão do número de pessoas que foram presas. O local que surgiu para colocá-las foi um ginásio, que não é um local apropriado para se manter pessoas detidas, mas era o que era possível, uma vez que não havia nas dependências policiais acomodações que comportasse esse número de pessoas".

O coronel afirmou também que a ação no ginásio foi acompanhada por movimentos de direitos humanos, representantes da Secretaria de Segurança Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que foram verificar a situação dos presos. "São acusações mentirosas, qualquer denúncia sobre maus tratos teria sido vista, teria sido ouvida. Em momento nenhum houve nenhum tipo de denúncia dessa natureza, que mulheres estavam sendo molestadas sexualmente, isso até que seria extremamente difícil de acontecer uma vez que aquela dependência era totalmente defasada", concluiu.

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