Ministro pedirá ao Congresso ratificação de protocolo da ONU contra tortura

No Dia Internacional contra Tortura, o ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), vai ao Congresso pedir empenho na ratificação do Protocolo Facultativo à Convenção da ONU contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas e degradantes. Vanucchi deverá se encontrar no início da noite com os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com assessoria da SEDH, caso o Brasil assine o protocolo, precisará, entre outras obrigações, criar um mecanismo preventivo nacional independente para controlar e prevenir a tortura. Uma das direções, segundo a secretaria, para alcançar essa medida é o Plano de Ações Integradas que será implantado de forma piloto em sete estados brasileiros ? Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo, Acre, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

Uma das ações propostas no plano é a atribuição de juizes e integrantes do Ministério Público de realização de inspeções mensais no Sistema Penitenciário e a criação de grupos especializados de promotores para o combate à tortura.

O Brasil tipificou a tortura como crime com a sanção da lei n. 9.455, de 07 de abril de 1997. Pelo seu artigo 1o, constitui crime de tortura "constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa e c) em razão de discriminação racial ou religiosa".

De acordo com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, ainda representa crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

A existência de tortura no Brasil aparece em relatórios internacionais. Por exemplo, o documento divulgado pela da Anistia Internacional no mês passado cita abusos cometidos por policiais brasileiros, como tortura, maus-tratos e homicídios.

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