Ministro do Trabalho diz que não há divergências com Bernardo sobre mínimo

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, negou hoje que haja divergências entre ele e o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, a respeito da possibilidade de antecipar a vigência do novo salário mínimo de 350 reais para março, como pedem as centrais sindicais. "Não há divergência", afirmou Marinho. "Ele (Bernardo) só falou o óbvio: que, se o presidente decidir que é para antecipar o mínimo, nós o faremos."

Ontem (12), Marinho havia afirmado que não haveria condições de antecipar o reajuste do mínimo de maio para março por causa do elevado custo da medida: R$ 2,163 bilhões. Logo depois, sem saber das declarações do colega, Bernardo disse que era possível, sim, elevar o mínimo a partir de março, desde que outras medidas fossem adotadas para evitar um rombo no Orçamento. O custo maior com o aumento do mínimo poderia, segundo Bernardo, ser compensado com um reajuste menor na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

"Ele tinha acabado de voltar de férias e não sabia que, nos últimos dias, o carro já tinha andado um pouco", justificou Marinho. "Se ele, que é o ministro do Planejamento, acha que é possível, eu só posso achar bom", acrescentou, brincando. "Mas é preciso avaliar essas questões com os pés no chão."

Uma decisão sobre o novo valor do salário mínimo e, possivelmente, sobre o reajuste da tabela do IRPF deverá ser tomada até quinta-feira (19). Se governo e sindicalistas chegarem a um entendimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá receber os presidentes das centrais.

Segundo Marinho, é intenção do governo Lula terminar o mandato com a tabela de recolhimentos do IR corrigida de acordo com a variação da inflação. "A idéia é chegar ao fim do ano sem nenhuma defasagem", disse o ministro.

Ele acha que o governo tem condições de atender às duas reivindicações das centrais – corrigir o mínimo e a tabela do IR – sem desequilibrar o Orçamento. Para tanto, precisará reduzir a transferência de verbas referentes à Lei Kandir aos Estados. "Os governadores precisam dar sua contribuição para melhorar o valor do mínimo", cobrou

Voltar ao topo