Brasília ? A responsabilidade de cada nação na área de saúde foi o ponto destacado pelo ministro Agenor Álvares na abertura do seminário Saúde e Relações Internacionais. "Muitas vezes uma atitude de um país no trato de algum tipo de doença pode ter uma repercussão muito grande em todo o mundo", afirmou o ministro da Saúde. O evento, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, busca fortalecer as ações internacionais na área de saúde.
O ministro lembrou que no século passado a informação sobre a existência da gripe espanhola na Europa demorou semanas para chegar aos demais continentes. "Hoje, em questão de horas temos um vírus carregado para qualquer país", disse.
O seminário reúne até sexta-feira (9) representantes da Fiocruz, dos dois ministérios e de países da América do Sul ? Argentina, Peru, Chile e Uruguai. Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, a proposta é desenvolver mais ações integradas entre as instituições de saúde e a diplomacia, a exemplo dos programas de apoio e cooperação técnica com países africanos e dos esforços para barateamento da compra de medicamentos, como os usados no tratamento da aids. O evento também tem o objetivo de incentivar a inserção do tema da saúde internacional nos programas de formação dos profissionais de saúde e do Instituto Rio Branco.
O presidente da Fiocruz disse que entre os maiores desafios da saúde internacional estão o controle das doenças infecciosas e os interesses comerciais na produção de medicamentos. "Sabemos que não existem fronteiras geográficas ou políticas para as doenças. Precisamos de uma concertação dos governos em relação a políticas de controle", ressaltou.
Buss afirmou que esse é o caso do atual surto de gripe aviária, que tem a possibilidade de se transformar em uma pandemia entre os seres humanos caso o vírus sofra mutação capaz de ser transmissível entre pessoas. "Temos que nos preparar, e um país não se prepara sozinho."