Milhares protestam contra fim de transmissões da RCTV

Milhares de estudantes que protestavam contra o fim das transmissões da Rádio Caracas de Televisão (RCTV) entraram em choque com a polícia pelo segundo dia seguido em Caracas, Valencia e outras cidades. Como no domingo – quando venceu a concessão da emissora, não renovada pelo governo de Hugo Chávez, o que a obrigou a sair do ar às 23h59 -, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d´água para conter os protestos. Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo quatro estudantes baleados em Valencia, a 100 km de Caracas. Um deles teve uma bala alojada num pulmão.

Os conflitos começaram de manhã, quando os jovens se reuniram em universidades da capital para protestar, e se intensificaram depois das 15 horas. Alguns dos piores enfrentamentos ocorreram na Praça Brión, no bairro de Chacaito, onde estudantes se reuniram para fazer uma passeata até representações da União Européia e da Organização dos Estados Americanos. Os policiais usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo lançadas de motos e blindados, enquanto alguns estudantes atacavam com garrafas e pedras. A versão oficial diz que havia alunos armados.

No ar havia 53 anos, a RCTV era a televisão de maior audiência no país e a única de alcance nacional que ainda fazia oposição ao governo. Chávez usou várias justificativas para cancelar a concessão. Primeiro, acusou a TV de ter apoiado o golpe que o afastou do poder por 48 horas em 2002. Depois, acusou-a de evasão fiscal e, por fim, aderiu a argumentos de cunho moralista.

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