Mercado prevê queda da inflação este ano

O mercado financeiro cortou novamente suas projeções de inflação deste ano, baixando-a de 5 34% para 5,26%, segundo resultado da pesquisa semanal Focus, feita pelo Banco Central com mais de uma centena de instituições financeiras.

A nova queda deixou as expectativas mais próximas do objetivo de 5,1% perseguido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que era considerado inatingível por boa parte dos analistas até bem pouco tempo atrás. Foi a décima quinta redução consecutiva das estimativas de variação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice que serve de referência para o sistema de metas de inflação.

O IPCA em queda reforça as expectativas de que as taxas de juros serão cortadas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). As apostas foram mantidas num corte de 0,50 ponto porcentual. Nesta hipótese, a taxa recuaria dos atuais 19 75% para 19,25% ao ano, retomando uma trajetória de queda interrompida em maio do ano passado.

Os analistas acreditam que a taxa começará a cair em setembro e continuará em quedas sucessivas ao longo do ano, chegando a 18% em dezembro. Se essas projeções se concretizarem, a economia brasileira chegará ao fim de 2005 com a taxa de juros básica ligeiramente acima do que estava no fim de 2004: 17,75%.

A expectativa de início do relaxamento da política de juros não foi suficiente, entretanto, para tirar os analistas de mercado participantes da pesquisa do BC da retranca em relação ao nível de atividade da economia. As estimativas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) continuaram estáveis em 3% pela nona semana seguida.

O porcentual é inferior aos 3,4% estimados pelo próprio BC no Relatório de Inflação divulgado no fim de junho e também é menor que os 4% esperados por integrantes do governo, como o ministro da Indústria, do Comércio e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Em contrapartida, as expectativas de aumento da produção industrial subiram de 4,48% para 4,50%.

As projeções do mercado para o comportamento da inflação em 2006 também continuaram a melhorar e recuaram de 4,96% para 4 90%, de acordo com os dados do levantamento do BC. A queda serviu para deixar as previsões de inflação do próximo ano num nível mais próximo dos 4,50% do centro da meta fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2006.

Mesmo assim, os participantes da pesquisa optaram por adotar algum conservadorismo em relação aos juros e elevaram suas estimativas para o fim do próximo ano, de 15,50% para 15,63% ao ano.

Apesar de mais alto, o porcentual projetado ainda é inferior aos 15,75% estimados em levantamento feito há quatro semanas.

O mercado manteve em US$ 40 bilhões sua projeção para o saldo da balança comercial este ano. É um valor acima do esperado pelo governo.

As estimativas do Ministério do Desenvolvimento apontam para um saldo de US$ 38 bilhões, resultado do crescimento das importações. Os analistas acreditam que o superávit em conta corrente do País chegará a US$ 11,85 bilhões em 2005.

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