Mercado financeiro prevê redução no ritmo de queda dos juros

As projeções do mercado financeiro contidas na pesquisa semanal Focus divulgada hoje (30) pelo Banco Central (BC) apontam para a possibilidade da velocidade de queda dos juros ser reduzida em abril. Pelos números do levantamento, a taxa voltaria a ser cortada a partir daquele mês em apenas 0,50 ponto porcentual. Em março, na sua próxima reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), ainda promoveria um corte de 0,75 ponto porcentual, com a Tax Selic passando dos atuais 17,25% para 16,50% ao ano.

O economista da empresa de consultoria Tendências Guilherme Maia reconhece que esta é hoje a visão predominante no mercado financeiro. "A maioria do mercado trabalha com estas projeções para a queda dos juros", disse. Ele, no entanto, acha que o Copom manterá o ritmo de cortes de 0,75 ponto porcentual até o final do primeiro semestre. "Depois disso, a taxa ficaria estável em 15% até o fim do ano", disse.

Num cenário mais otimista, Maia acredita que a taxa poderia sofrer novos cortes na segunda metade do ano e terminar 2006 em 13%. "Isto vai depender muito do comportamento de variáveis econômicas como inflação, câmbio e atividade econômica", disse.

Maia destacou a queda das projeções de inflação de março a dezembro deste ano contidas na pesquisa. "É um fato positivo que vem demonstrar que realmente a alta na inflação em janeiro e fevereiro é mesmo pontual", disse. Com as quedas, as estimativas para a variação do IPCA neste ano pararam de subir e recuaram de 4,61% para 4,60%. "Há espaço para termos mais quedas destas projeções nas próximas pesquisas", disse. Nesta hipótese, a inflação ficaria mais próxima da meta central de 4,50% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. Para a Tendências, o IPCA poderá até apresentar uma variação abaixo dos 4,50%.

As previsões de crescimento do PIB para este ano, em contrapartida, não moveram e continuaram estáveis em 3,50%. O porcentual seria puxado, em sua maior parte, pelo desempenho do PIB industrial, que teria expansão de 4,05%, segundo previsão do mercado. Para o ano passado, as previsões de aumento do PIB continuaram inalteradas em 2,30%.

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