Mercadante rebate críticas de FHC

Em resposta as críticas feitas ontem pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o líder do governo no Congresso, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou há pouco, em discurso no plenário do Senado, que a crítica da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governo anterior se deve ao fato de ter aderido a uma agenda neoliberal . Essa agenda, segundo Mercadante, que combinou reformas marcadas pela abertura comercial e âncora cambial prolongada que resultaram no desequilíbrio das contas externas, agravou o passivo externo e deixou o País mais vulnerável a turbulências externas. O resultado dessa política, disse o senador, foram os juros elevados que impulsionaram "um brutal endividamento do setor público".

Segundo o senador, a relação dívida/PIB dobrou no governo FHC, atingindo 61,6% do PIB em setembro de 2002. Na avaliação de Mercadante, a carga tributária elevada e o alto endividamento impedem o crescimento econômico do País.

Fernando Henrique chamou de incompetente o atual governo afirmou que a equipe de Lula não tem proposta e finalizou com a afirmação: "É preciso dizer claramente: o rei está nu". "É difícil reconhecer a figura do ex-presidente nessas declarações" disse Mercadante. "Isso agride a majestade da função (de ex-presidente) que foi exercida e a função política que esta condição impõe", disse Mercadante. "Eu esperava e espero um debate mais qualificado", completou.

Mercadante fez uma comparação dos principais indicadores econômicos entre os dois governos. O líder destacou o fato de o déficit comercial nos oito anos de governo FHC ter chegado a US$ 8,7 bilhões. "Nos últimos 12 meses o superávit comercial é de US$ 32, 600 bilhões", confrontou Mercadante. Para Mercadante, o saldo comercial é "a âncora para reduzir a vulnerabilidade externa do País".

Segundo ele, a melhoria nas contas externas permitiu ao País recuperar o crédito. O senador mostrou que a taxa de risco do Brasil, que foi em média de 800 pontos no período de FHC, hoje está em 400 pontos.

Ele destacou que a relação dívida/PIB caiu de 35,9% para 25% do PIB. "Isso permitiu que o setor externo alongasse e estimulasse os investimentos", afirmou.

Citou também dados divulgados hoje pelo IBGE, que mostram que nos nove meses deste ano o Brasil acumula um crescimento econômico de 5,3% . "É mais do que qualquer um dos anos de Fernando Henrique Cardoso", destacou, acrescentando que o melhor indicador no governo FHC foi 4,3%. "Estamos crescendo mais, e mesmo que o último trimestre seja zero, vamos crescer mais que 5% . E quem puxa o crescimento é a indústria, que cresceu 9%. Estamos vivendo a maior produção de toda a história econômica. Recorde da produção e maior nível de ocupação, desde 1991, quando o índice foi criado", disse.

Acrescentou ainda que o governo precisa estar atento ao comportamento da taxa de câmbio para manter o saldo exportador. "Câmbio e taxas de juros são debates permanentes", disse. "Precisamos aumentar as reservas internacionais para manter o Câmbio competitivo", completou.

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