Mercadante pede segunda chance para acusados do mensalão

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, afirmou que se sente "honrado" com o fato de nunca ter sido envolvido em denúncias de escândalos políticos que abalaram o partido. Já no caso de companheiros envolvidos no escândalo do mensalão e que são candidatos, Mercadante diz que não se trata de perdão, mas sim de "segunda chance". Concorrem à reeleição os deputados federais João Paulo Cunha, José Mentor, Professor Luizinho – que escaparam da cassação – e José Genoino, que tenta voltar à Câmara

"Agora, o povo terá de avaliar se os erros desses membros do partido são maiores do que suas biografias, do que tudo o que eles fizeram em suas vidas públicas", argumenta. "A população fará isso nessas eleições, por meio do voto. A imprensa já julgou e condenou, mas os eleitores, não", disse ressaltando que se trata de um momento muito doloroso para o partido, que sempre foi muito exigente em relação à ética

Militância

Mercadante aposta na militância do PT para dar apoio à sua candidatura, destacando que ela será fundamental. Segundo ele, cerca de 70 mil pessoas votaram nas prévias do partido, o que demonstraria empolgação com o pleito

Depois de sair sem falar com a imprensa no sábado, assim que foi homologado candidato, Mercadante concedeu entrevista coletiva ontem. Segurança pública – com promessa de extinguir a Febem e criar unidades menores e incentivar a liberdade assistida – , ataques ao seu adversário José Serra (PSDB) e explicações sobre os escândalos que envolveram o PT foram assuntos tratados, e que devem ser o tom da campanha

Mercadante disse acreditar na maturidade do eleitorado de São Paulo em avaliar a gestão do PSDB. "São 12 anos em que vimos muitos indicadores piorarem. A indústria paulista cresce menos do que a de outros Estados", afirmou. "Também vemos ao avanço do crime organizado, a insatisfação dos membros da Polícia Militar e a piora da educação.

E continuou o ataque a Serra. "Serra se comprometeu a não deixar a Prefeitura de São Paulo para disputar outro cargo. Ele não cumpre a palavra nem seus compromissos, o que diz não pode ser levado a sério. Acho que o eleitorado é maduro o suficiente para entender que esta não é a melhor opção.

Mercadante também fez críticas ao prefeito da capital, Gilberto Kassab (PFL), sucessor de Serra. "Kassab jamais teria sido eleito pelo povo." Ele disse que as sondagens de voto também mostrariam que a candidatura Serra estaria perdendo densidade, enquanto a sua estaria crescendo

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