Mentor será julgado amanhã à tarde pelo plenário da Câmara

Brasília – O deputado José Mentor (PT-SP) abriu mão do prazo de cinco sessões a que tinha direito para entrar com recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra a decisão do Conselho de Ética de propor a cassação do seu mandato Com isso, o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), marcou para amanhã à tarde a sessão do plenário que julgará o processo do deputado. Se o parlamentar não abrisse mão do prazo, mesmo que ele não recorresse à CCJ, a votação do seu processo no plenário seria transferida para a próxima semana.

Mentor foi acusado pela CPI dos Correios de envolvimento no esquema do mensalão. O processo dele chega ao plenário com pedido de perda de mandato aprovado pelo Conselho de Ética, mas sem que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, tenha incluído o nome do parlamentar na relação dos 40 pessoas denunciadas ao Supremo Tribunal Federal sob acusação de formação de uma organização criminosa que desviou recursos públicos para negociar apoio político e custear gastos de campanha.

Mentor recebeu R$ 120 mil de empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como um dos operadores do mensalão. Em sua defesa, o deputado argumenta que o dinheiro foi recebido a título de pagamento de consultoria prestada por seu escritório de advocacia José Mentor, Pereira Melo e Souza à empresa de Rogério Tolentino, sócio de Marcos Valério.

Mentor também argumenta que as notas fiscais pelo serviço foram emitidas e os impostos respectivos, recolhidos na época em que a consultoria foi prestada. O primeiro relator do processo de Mentor no Conselho de Ética, deputado Edmar Moreira (PFL-MG), pediu o arquivamento do processo, mas seu relatório foi derrotado. Um segundo parecer, este do deputado Nelson Trad (PMDB-SP), favorável à cassação, foi aprovado por nove votos a quatro.

Trad justificou seu parecer pela cassação afirmando que Mentor usou o escritório de advocacia como "uma máscara". Considerou, também, que Mentor protegeu o Banco Rural quando foi relator da CPI do Banestado, que funcionou entre 2003 e 2004 para investigar a remessa ilegal de dinheiro para o exterior.

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