MEC vai reabrir inscrição para vagas remanescentes do ProUni

O Ministério da Educação vai abrir mais um período de inscrições para o programa Universidade para Todos (ProUni) entre os dias 12 e 19 deste mês. A terceira chance, não prevista inicialmente, será para tentar garantir estudantes para as 16,8 mil vagas que sobraram nos dois primeiros períodos. Os critérios de seleção, no entanto, não mudam dessa vez. Além do limite de renda familiar já estabelecido, os candidatos precisam ter feito pelo menos 45 pontos em um dos últimos três Exames Nacionais do Ensino Médio (Enem).

A maior parte das vagas remanescentes, 10,1 mil, são para bolsa de 50% da mensalidade. As outras 6,7 mil são para bolsas integrais. Uma das possibilidades para essa sobra de vagas, de acordo com o ministro da Educação, Tarso Genro, é que muitos estudantes não tenham se candidatado a bolsas parciais por avaliarem que não poderão pagar nem mesmo os 50% restantes da mensalidade.

Por isso, o MEC confirmou hoje que vai abrir uma linha de crédito especial do programa de Financiamento Estudantil (Fies) para este primeiro semestre dirigido aos alunos do ProUni. Aqueles que se candidatarem poderão receber um financiamento de 50% do que resta da mensalidade – isso significa que, na prática, poderão pagar apenas 25% da mensalidade durante o curso e os outros 25%, depois de formados. Com isso, o ministério pretende atrair mais estudantes que ficaram de fora por dificuldades financeiras.

No entanto, os números do ProUni mostram que muita gente pode ter ficado fora não apenas pelo dinheiro, mas por falta de nota, apesar da média exigida não representar nem mesmo o acerto de metade da prova. Isso porque inscritos não faltaram. Nas duas seleções abertas, o programa recebeu 367 mil inscrições para 118 mil vagas.

"A maior parte dos que não entraram foi realmente por não atingirem a média de corte. As camadas de baixa renda da população brasileira tem baixíssima escolaridade de nível médio. Apenas 30% dos que saem do ensino fundamental chegam ao Ensino Médio", disse o ministro. Essa falta de candidatos qualificados terminou por fazer com o ProUni o que acontece no ensino superior em geral: sobram vagas.

O ministério também pretende fazer uma campanha de esclarecimento sobre o programa dirigido aos afrodescendentes. Isso porque, das 16,8 mil que estão sobrando, 12,8 mil são reservadas para cotas. O ministro acredita que isso se deve a um desconhecimento por parte da comunidade negra do alcance que o programa teria na questão das cotas. "Muita gente ainda acha que as cotas seriam coisa de 1 ou 2% das vagas, mas não. É um número significativo", afirmou.

Pela primeira vez o MEC revelou, também, que estudantes que já estejam na universidade, mas se enquadrem nas características do programa – ter renda familiar até três salários mínimos per capita e ter feito todo o ensino médio em escola pública ou ser professor de escola pública – podem se candidatar ao programa. Se forem selecionados, poderão receber a bolsa para o período que ainda falta para completarem seus estudos.

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