Maus lençóis

Antes do início propriamente dito do julgamento dos envolvidos no inquérito do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público do Distrito Federal tomou a iniciativa de entrar com cinco ações de improbidade contra 37 dos 40 indiciados na ?organização criminosa? que se nutria das verbas fornecidas pelo valerioduto.

As ações foram instauradas dois dias antes do início do julgamento no STF, com o objetivo de obter a recuperação do dinheiro público supostamente utilizado no esquema de atrair apoio parlamentar em troca de agrados financeiros. Segundo os cálculos do Ministério Público de Brasília foram desviados dos cofres públicos, para as necessidades específicas do mensalão, cerca de R$ 55 milhões.

Partidos da base aliada durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tais como o PTB, PL, PP e PMDB, teriam abocanhado diferentes frações totalizando R$ 38,3 milhões. No âmbito do partido do governo o dinheiro teria sido entregue aos deputados Paulo Rocha, que renunciou para não enfrentar o processo de cassação (R$ 920 mil), João Magno (R$ 350 mil) e Professor Luizinho (R$ 20 mil).

Estão citados nas ações de improbidade o ex-ministro José Dirceu e ex-dirigentes do PT, José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, além do publicitário Marcos Valério e da presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo.

Por falta de evidências de desvios de recursos federais, foram poupados o ex-ministro Luiz Gushiken e os publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes. O pau vai comer.

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