Maurício Marinho será o primeiro a depor na CPI dos Correios

Por consenso entre os parlamentares da base aliada e da oposição, o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho, flagrado em fita de vídeo recebendo R$ 3 mil em propina, será o primeiro convocado para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncia de corrpução na estatal. O depoimento de Marinho foi marcado para a próxima terça-feira (21). A partir do flagrante do pagamento de propina ao então chefe de Departamento Contratação e Administração de Material dos Correios começaram a surgir as denúncias de corrupção na empresa.

A base do governo conseguiu eleger todos os cargos de direção da CPMI. A presidência será ocupada pelo líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), a vice-presidência pelo senador Maguito Vilela (PMDB-GO) e a relatoria pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), isso não comprometerá as investigações. "A sociedade quer a investigação, não há hipótese de não traduzirmos este sentimento da sociedade".

Chinaglia defendeu a convocação de Maurício Marinho em primeiro lugar. O seu argumento é de que o ex-funcionário dos Correios está diretamente envolvido no caso de corrupção como demonstra a fita gravada a mando do empresário brasiliense Arthur Washeck. Na gravação, Marinho detalha um suposto esquema de corrupção que envolveria o PTB e o presidente do partido, Roberto Jefferson.

Para o líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), o placar apertado que deu a vitória aos governistas ? 17 contra 15 votos ? foi "um susto" que dará mais força para que haja isenção nas investigações. "Nós não vamos fazer desta CPI um instrumento de vendita política nem palanque eleitoral", afirmou o pefelista. "A dureza dos depoimentos a serem feitos será tamanha que as investigações vão adquirir pernas próprias".

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que as denúncias de pagamento de mesada a deputados, feitas por Roberto Jefferson, colocou a imagem "da Casa em jogo". Para ele, o Congresso deve ir até o fim nas investigações. "Se esta comissão prevaricar será um desastre para o Congresso Nacional".

Voltar ao topo