Marta herdará Turismo com orçamento ‘engessado’

Além de ter sido convidada para um ministério que não terá a desejada incorporação da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) não terá controle total dos recursos sob sua administração. Ela herdará um orçamento feito por seu antecessor, Walfrido Mares Guia, novo articulador político do governo e responsável pela negociação do pagamento de emendas parlamentares com a equipe econômica e os líderes do Congresso. Isso significa que, para liberar boa parte dos recursos de sua pasta, Marta terá de discutir com o antigo ministro.

Se tentar redirecionar as verbas do ministério para projetos de seu interesse, poderá entrar em choque com Mares Guia. Se mobilizar setores do PT em seu favor, o conflito tenderá a aumentar. ?Duvido que ela faça isso. Criaria problema com o Congresso inteiro?, diz um importante líder governista.

A situação de Marta é especialmente complicada no que diz respeito às verbas que seu antecessor conseguiu acrescentar à dotação fixada pelo Executivo. De acordo com os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o governo reservou R$ 703 milhões para a pasta. Mas, durante a votação do Orçamento no Congresso, Mares Guia, conhecido por sua habilidade política, conseguiu elevar a dotação para R$ 1,8 bilhão.

Somente para o programa ?apoio a projetos de infra-estrutura turística?, o principal e mais cobiçado do ministério, por sua versatilidade na destinação de recursos, Mares Guia conseguiu elevar as dotações de R$ 23,5 milhões para R$ 1,02 bilhão. Com emendas subscritas pela bancada de parlamentares dos Estados, o ministro obteve R$ 650 milhões. Emendas aprovadas por comissões renderam ao orçamento do Turismo outros R$ 370 milhões.

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