São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (27) a empresários, durante encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) poderá ficar abaixo de 45% em 2009. Depois, em entrevista coletiva, ele explicou que, para atingir este nível, sua projeção considera a manutenção do superávit primário de 4,25% do PIB ao longo dos anos e, ao mesmo tempo, um padrão de crescimento econômico superior a 4,5% até 2009.
"Também consideramos a manutenção da queda da Selic, como tem ocorrido nos últimos tempos", disse o ministro, recusando-se, porém, a informar quais projeções da taxa básica de juros seriam necessárias para o período de 2006 a 2009 como condição para que a estimativa da relação dívida/PIB se concretizasse. "Estamos com a menor Selic nominal de todos os tempos e vamos conseguir os juros reais menores possíveis", salientou.
Ao tratar da redução da relação dívida/PIB, Mantega enfatizou, entretanto, que é intenção do governo federal, dentro do planejamento estratégico, reduzir a carga tributária do País, sem comprometer os investimentos sociais. "Estamos no topo da montanha da carga fiscal e queremos descer", relatou, ao ressaltar que o Estado chegou nesse nível "ao longo de dez anos" "O governo está aliviando a carga tributária com desonerações. Deixamos de arrecadar R$ 19 bilhões desde o final de 2003 até hoje por meio da desoneração", ponderou.
Para reiterar este objetivo de corte tributário, Mantega insistiu que há disposição do governo para "enxugar onde for possível", contanto que esses cortes não envolvam programas sociais.