O ex-presidente Nelson Mandela vai à cerimônia de abertura da Copa do Mundo, na sexta-feira, mas não ficará no estádio mais do que 15 minutos, anunciou nesta terça-feira à AFP Nkosi Zwelivelile Mandela, neto do sul-africano.
“Ele voltará para casa logo em seguida”, explica. O líder da luta contra o apartheid descarta ficar para ver o jogo entre a África do Sul e o México.
Zwelivelile Mandela tem feito as vezes, nas últimas semanas, de porta-voz da família; recentemente negou os boatos de que o avô estaria na cerimônia de abertura do Mundial, alegando a idade e o estado de saúde do ex-preso.
Da Fundação Mandela vieram comentários, no entanto, de que Madiba fazia questão de estar no evento.
O Prêmio Nobel da Paz, que completa 92 anos no dia 18 de julho, tem feito cada vez menos aparições nos últimos meses. A última foi em 11 de fevereiro, em uma visita ao Parlamento sul-africano dentro da celebração pelos 20 anos fora da cadeia.
Por essas razões a família já havia cogitado a ausência de Mandela na sexta-feira, apesar de a Fifa fazer questão da presença dele no Soccer City.
“Se não puder vir, entendemos, mas se puder, será um reforço”, disse o atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma. O da Fifa, o suíço Joseph Blatter, garantiu que Mandela vai inspirar toda a Copa mesmo que não vá aos estádios.
O ministro dos Esportes, Makhenkesi Stofile, chegou a anunciar na semana passada que Mandela havia pedido quatro ingressos para a abertura e para a final.
Mandela foi presidente da África do Sul de 1994 a 1999, depois de ficar 27 anos na prisão durante os anos de apartheid.
O ex-presidente se envolveu muito com o Mundial, a ponto de ter sido um dos defensores da candidatura na votação, em maio de 2004, em Zurique.
Desde então, a Fifa faz várias homenagens a Mandela na tentativa de aproximá-lo da Copa. Blatter chegou a visitar o “amigo” e a enchê-lo de elogios. Durante o sorteio da fase final, em dezembro de 2009, Mandela marcou presença virtualmente, por meio de um vídeo.
“Devemos nos esforçar para alcançar a excelência como antitriões do Mundial”, disse na ocasião o líder.