Mais um funcionário da ONU acompanha caso Dorothy

A Organização das Nações Unidas (ONU) vai acompanhar de perto a atuação do Poder Judiciário brasileiro no caso do assassinato da missionária Dorothy Stang, de 73 anos, em 12 de fevereiro, em Anapu, PA. O relator especial da ONU para a Independência do Poder Judiciário, Leandro Despouy, começou a levantar dados sobre o caso e não descarta a cobrança de esclarecimento da morte ao governo brasileiro.

"Trata-se de um caso muito grave e estaremos acompanhando", afirmou o relator especial da ONU. Despouy, que esteve no Brasil em 2004 para preparar um relatório sobre a situação do Poder Judiciário, é o segundo alto funcionário da ONU a iniciar investigações sobre o assassinato. Hina Jilani, representante do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para a proteção de defensores de direitos humanos, também está acompanhando o caso, mas aguarda o resultado das investigações no País para se pronunciar.

No caso de Despouy, o acompanhamento ficará concentrado no processo judiciário contra os acusados de terem cometido o crime. Em várias ocasiões, a ONU já criticou a impunidade no Brasil no caso de autores de ameaças contra ativistas.

Em Genebra, a missão do Brasil perante a ONU também começa a receber pedidos de esclarecimento sobre o caso da missionária americana naturalizada brasileira. A organização não-governamental Irmãs de Notre-Dame de Namur pediu que o governo forneça informações sobre o caso e sobre como o crime será tratado pela Justiça.

A morte da americana ocorreu em um momento ruim para a imagem do Brasil. A ONU abre em 15 dias sua reunião anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo e a situação no Pará promete ser levantada por ongs e especialistas. Um relatório sobre a situação da proteção dos direitos dos ativistas no Brasil será debatido. O governo terá a ocasião de dar uma resposta às críticas durante a reunião que ocorre em Genebra, a partir de meados deste mês.

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