Mais de 12 mil famílias tiram seu sustento das 41 reservas extrativistas nacionais

O Brasil tem 41 reservas extrativistas nacionais que somam 8,4 milhões de
hectares. De acordo com o chefe do Centro Nacional de Populações Tradicionais
(CNPT), Paulo Oliveira, 12.755 famílias vivem e tiram seu sustento dos recursos
naturais encontrados nessas reservas. "A reserva extrativista é uma alternativa
fundamental para a conservação dos recursos naturais", disse Oliveira.

As reservas extrativistas são unidades de conservação em que é permitido
o uso sustentável dos recursos naturais, como frutos, peixes, castanhas, óleos e
até madeira. "Esse modelo tem basicamente duas funções: a preservação da
biodiversidade e a garantia do modo de vida, trabalho e cultura dessas
populações", explicou o chefe do CNPT, órgão do Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "Essa é a questão central
porque quem garante a biodiversidade da Amazônia ou dos manguezais são as
populações que vivem desses recursos", ressaltou.

De acordo com Paulo
Oliveira, a maior parte das reservas está em regiões de floresta, mas as
populações pesqueiras também têm aderido a esse modelo. Das 41 reservas
existentes, 23 são florestais e 18, marinhas. "Hoje, estamos começando a
trabalhar com um bioma muito importante que é o cerrado", informou Oliveira.

Segundo ele, o aspecto fundamental dessas reservas é a conscientização
das comunidades sobre os limites de uso dos recursos. "Eles sabem muito
claramente qual é o limite do esgotamento desse recurso e que, se passar desse
limite, vai esgotar, portanto, a própria condição de trabalho e reprodução da
vida dessa população", afirmou.

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