Maioria das atividades do comércio varejista aumentou em volume de vendas

Rio ? Sete das oito atividades que compõem o comércio varejista registraram crescimento no volume de vendas, de acordo com comparação a outubro do ano passado. É que informa a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (14). Os resultados apontam que apenas o setor de combustíveis e lubrificantes apresentou variação negativa (-9,08%). Este mês, o volume de vendas cresceu 3,75% em relação ao mesmo período em 2004.

Com estes dados, o setor de combustíveis e lubrificantes apresenta o décimo resultado negativo consecutivo. Segundo o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, a queda "é reflexo da alta nos preços dos combustíveis". Nos dez primeiros meses do ano, o segmento variou 7,26% e, nos últimos 12 meses, 5,79%.

O maior impacto positivo ficou por conta da atividade de móveis e eletrodomésticos, com variação de 11,94% na comparação com outubro de 2004. Mesmo com desempenho acima da média, o setor segue apresentando desaceleração no ritmo de crescimento.

"A capacidade de endividamento da população está esgotada, motivando a redução do ritmo de tomada de crédito ao consumidor. Além disso, houve um grande volume de vendas do setor e as pessoas estão com sua demanda satisfeita", afirmou Pereira. Ele também citou que o crédito ? embora apresente redução no ritmo de crescimento nos últimos meses ? ainda continua elevado em relação a 2005. Isso justifica o patamar de 17,45 acumulado no ano e o de 18,54% nos últimos 12 meses.

O segundo maior impacto de outubro foi do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que variou 16,45% no volume de vendas em relação a outubro de 2004. Segundo o técnico do IBGE, esta atividade também engloba segmentos sensíveis ao crédito, como lojas de departamento, óticas e artigos esportivos. No ano, a atividade acumula taxa de 14,37%.

O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo responde pela terceira maior influência na formação da taxa global do varejo em outubro, com 1,43% de aumento. O resultado manteve a seqüência de seis taxas mensais positivas, mas indica uma desaceleração da atividade em relação ao mês de setembro (3,86% de variação). Esse comportamento segue a variação do rendimento médio real do trabalhador, cujas taxas têm decrescido nos últimos meses: 3,7% em agosto, 2,0 % em setembro e 1,8% em outubro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, também divulgada pelo IBGE.

A entrada da nova coleção (primavera-verão) teve influência sobre a variação de 9,18% no setor de tecidos, vestuário e calçados. No ano, a atividade acumula taxa de 5,06%. A atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria cresceu 8,86% em relação a outubro de 2004.

Na mesma comparação, também tiveram resultados positivos as atividades de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (68.85%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,57). A elevada taxa de crescimento do setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação é atribuída à valorização do real frente ao dólar.

Ainda de acordo com a pesquisa, na comparação entre outubro de 2005 e de 2004, 24 das 27 unidades da federação tiveram resultados mensais positivos no volume de vendas.

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