Maiores entidades sindicais do país criticam manutenção dos juros

As duas maiores entidades sindicais de São Paulo, a Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, criticaram a decisão do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros
(Selic) em 19,75% ao ano. Em notas divulgadas separadas na noite de ontem, ambas
as entidades defendem a queda dos juros.

Para o presidente interino da
CUT, Wagner Gomes, manter os juros em 19,75% é uma "insensatez", pois "a
inflação já recuou e cede espaço à deflação". A central pede a participação de
entidades sociais no Conselho Monetário Nacional (CMN), responsável por definir
as metas econômicas do país.

"Diante do grave momento político que
vivemos, a CUT acredita que melhor seria convocar a sociedade, incluindo
trabalhadores, movimentos sociais, empresários e classe política, para
estabelecer uma negociação ampla em torno de metas de crescimento e de defesa do
processo democrático, que incluiria, necessariamente, a queda da taxa básica de
juros", afirmou Gomes na nota divulgada no site oficial do sindicato. Para ele,
essa condição é essencial para o "crescimento econômico, que garantirá a
manutenção do processo de geração de empregos".

O presidente da Força,
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, considerou "nefasta" para a economia
brasileira a decisão do Copom. "Neste patamar estratosférico, os juros vão
continuar estrangulando o setor produtivo e inibindo o consumo e a criação de
novos postos de trabalho", afirmou na nota. Para ele, a manutenção dos juros
afeta o desenvolvimento futuro do país. "Mais uma vez, o governo frustra as
expectativas de voltarmos a ter esperança de crescimento econômico. Essa taxa já
aponta recessão para o segundo semestre", afirmou Paulinho.

Para a Força
Sindical, o governo precisa mudar os rumos da economia e implantar uma política
para o desenvolvimento e o crescimento. "A inércia em discutir uma agenda
voltada para o desenvolvimento, a crise de moralidade do governo com a percepção
de corrupção generalizada no poder público, unida a alta taxas de juros,
deterioram de forma assustadora as expectativas da sociedade", disse Paulinho.

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