Má condição de hospitais militares causa crise nos EUA

As más condições encontradas no principal hospital do Exército dos Estados Unidos provavelmente se repetem em todo o sistema de saúde para os militares, disse nesta segunda-feira (05) o chefe de um grupo que investiga o escândalo. As condições descobertas no Centro Médico Walter Reed, na área de Washington, são inaceitáveis, declarou o congressista democrata John Tierney. "Necessitamos de um foco mais firme e temos que fazer muito mais", disse ele.

Acusações de burocracia e pobre tratamento vêm causando um clamor no Congresso por uma pronta reforma no hospital. As denúncias sobre o tratamento despendido aos homens e mulheres uniformizados que regressam dos campos de batalha do Iraque e do Afeganistão estremeceram ainda mais o governo de George W. Bush, que iniciou esses conflitos e que se autoproclama defensor dos soldados.

Tierney afirmou temer que "essa situação ultrapasse os muros de Walter Reed" e acrescentou que "num momento em que enviamos mais e mais soldados ao Iraque e ao Afeganistão, esses problemas ficarão piores". "Falhamos com nossos soldados", admitiu hoje o subsecretário do Exército, Peter Geren, ao subcomitê parlamentar presidido por Tierney. Dois ex-comandantes de Walter Reed disseram que aceitavam a responsabilidade pelos problemas.

Na semana passada, o escândalo de Walter Reed obrigou a secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, a demitir o secretário do Exército Francis Harvey. O major-general George W. Weightman, também foi despedido. Hoje, ao painel, ele afirmou: Não podemos falhar com nenhum desses soldados, nenhum. Mas nós falhamos.

Ao final da reunião, Tierney se questionou se os problemas na instalação hospitalar "são apenas outra terrível conseqüência do planejamento inadequado da guerra no Iraque, um problema que teria sido causado pela delegação de funções a empresas privadas ou outra coisa qualquer".

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