Lula rejeita comparação com o caso Watergate

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repeliu hoje, em entrevista à Rádio CBN, a comparação entre o caso da compra do dossiê da Planam com o caso Watergate feita pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello. Segundo Lula, o ministro do TSE errou ao fazer a declaração. "Não tem nada haver com Watergate. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral que falou isso num momento indevido e fez uma comparação que não tem absolutamente nada (haver)", disse.

Para o presidente, ambos os casos são condenáveis, mas é preciso estabelecer diferenças. "(Em Watergate) você tinha um governo que mandou espionar a sede de um partido político para saber o que o partido pensava. O nosso (caso) é um grupo de pessoas que não fazem parte da direção do partido, que estavam trabalhando temporariamente no departamento da campanha e resolveram comprar um dossiê", afirmou, ressaltando que "são duas coisas distintas, as duas obviamente condenáveis.

Oposição

O presidente também atacou o comportamento da oposição e sugeriu que os oposicionistas têm sido irresponsáveis ao não votarem matérias que ele considera importantes para o País. "A única coisa que a oposição não pode confundir é a briga ideológica que queiram ter comigo, a briga partidária que queriam ter comigo, com a responsabilidade de governar esse País. Por conta do comportamento da oposição estamos com o Fundeb há mais de um ano e meio (sem aprovação), que é um fundo nacional de educação que poderia colocar mais R$ 4,5 bilhões na educação brasileira", disse.

Na opinião do presidente, há membros da oposição que também não tem tido um comportamento democrático em relação ao debate político do País. "Me parece que algumas pessoas da oposição não gostam de fazer o jogo democrático, ou seja, tudo pode acontecer desde que eles estejam no poder. Essas pessoas precisam aprender que a democracia é o respeito à vontade da maioria e o povo brasileiro vai se manifestar no dia 1º de outubro", disparou.

Lula entretanto admitiu que os ataques que tem sofrido também fazem parte da dinâmica da política e são inerentes ao papel desempenhado pela oposição. "Não me importo que a oposição fale o que quiser de mim, faz parte do jogo político no mundo inteiro. O que eu quero é que ela seja responsável e vote as coisas que precisam ser votadas", afirmou.

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