Lula quer solução rápida para o novo salário mínimo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne amanhã (13) a coordenação política do governo para tentar definir o novo valor do salário mínimo. Lula pediu aos ministérios da Fazenda e do Planejamento que refaçam as contas, pois sua intenção é anunciar um mínimo de R$ 300. A quantia representa um aumento real de 8%, acima da inflação, e um impacto adicional de R$ 2,5 bilhões no Orçamento de 2005.

Lula quer evitar o desgaste político do ano passado, quando uma queda-de-braço dentro do governo consumiu 12 dias de discussão. Pior: na última hora, o mínimo ficou abaixo do que ele gostaria, em R$ 260. Desta vez, o presidente se antecipou e encomendou vários estudos técnicos sobre o assunto.

O governo analisa duas propostas: conceder R$ 300 a partir de maio ou antecipar a data do reajuste para janeiro. Neste caso, o mínimo ficaria em R$ 290. As centrais sindicais defendem R$ 320, mas a reivindicação é considerada difícil de ser atendida pelo Palácio do Planalto.

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse que o governo enviará a proposta do mínimo para o Congresso ainda nesta semana. O valor deve constar de um projeto de lei, não de medida provisória. Dirceu e o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, afirmaram que, se houver antecipação do reajuste, a correção será menor.

"Se for em janeiro, o mínimo será de R$ 290", contou Dirceu. "A orientação que tenho do presidente Lula é para dialogar com os sindicalistas, mas não para mudar datas", insistiu Berzoini. Pelos cálculos da Fazenda, se o mínimo de R$ 300 começasse a valer a partir de janeiro, o impacto orçamentário seria de aproximadamente R$ 4,5 bilhões. A antecipação do reajuste, por isso mesmo, é vista como remota.

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