Três dias depois de demitir Silas Rondeau, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (24) que o ex-ministro de Minas e Energia é um "homem de bem". Em encontro com representantes de partidos aliados, no Palácio do Planalto, Lula lamentou a saída de Rondeau do governo por causa do escândalo da máfia das obras públicas. "Foi muito duro tirar o Silas, tenho consciência que é um homem de bem", afirmou, segundo participantes da reunião. "Ele não tem posses, terá dificuldades de pagar advogado.
Logo após o encontro com os aliados, o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, ressaltou que Rondeau deixou o governo para evitar desgastes pessoais. "Ele é que pediu a exoneração, o presidente da República aceitou porque, como isso vai render, isso podia machucá-lo cada vez mais e machucar a família dele", disse Mares Guia. "O presidente acha que o ministro Silas é um homem honrado, um homem limpo e vai poder provar a inocência."
Assessores do Planalto contaram, porém, que até o último momento Silas Rondeau tentou ficar no governo. Em viagem a Assunção, no Paraguai, na última segunda-feira, o então ministro de Minas e Energia teve uma conversa com Lula. Após ouvir o subordinado, o presidente disse, segundo assessores, palavras duras. Rondeau voltou ao Brasil já demitido. A demissão foi oficializada na terça-feira. Por praxe, Rondeau saiu do governo a "pedido".