Lula critica armamentismo e globalização

Depois de criticar a falta de disposição dos Estados Unidos em negociar temas importantes para os países em desenvolvimento, como a queda de subsídios e barreiras não-tarifárias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o armamentismo e a globalização que, segundo ele, acirra desigualdades sociais e econômicas.

Em discurso durante almoço no Palácio do Itamaraty em homenagem ao presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, Lula comemorou a integração comercial entre os dois países e defendeu uma ordem mundial regida pela observância do direito internacional e por sistemas multilaterais equilibrados e justos.

“Vivemos em um mundo marcado por turbulências políticas, a ameaça do armamentismo e uma globalização que acirra as desigualdades sociais e econômicas. Compartilhamos por isso a defesa de uma ordem mundial regida pela observância do direito internacional exercido por meio de um sistema multilateral equilibrado e justo”, discursou o presidente.

Lula comemorou ainda o acordo de cooperação firmado entre os governos brasileiro e ucraniano, que na prática deve dar novo impulso ao programa espacial brasileiro, mesmo depois da explosão do veículo lançador de satélites brasileiro no dia 22 de agosto.

“Concluiremos proximamente os entendimentos de utilização da Base de Alcântara para o lançamento de satélites em bases comerciais”, afirmou Lula.

Pelo acordo, o governo brasileiro deve investir R$ 80 milhões e o governo ucraniano outros R$ 80 milhões para dotar a Base de Alcântara de infra-estrutura. O acerto ajudará a superar o impasse sobre a exploração comercial da base. No governo passado, foi feito acordo com os Estados Unidos, mas ele foi duramente criticado por deixar as instalações sob controle dos americanos e acabou não sendo posto em prática.

Ainda no discurso no Itamaraty, o presidente disse que as relações comerciais entre o Brasil e a Ucrânia podem ser incrementadas. Ele elogiou a iniciativa de criação da Câmara de Comércio Brasil-Ucrânia, no Rio de Janeiro, que na opinião do presidente será indispensável para ampliação e diversificação do nosso intercâmbio comercial.

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