Lideranças do PT querem reforma política no segundo mandato

O Minas Clube, em Brasília, onde irá ocorrer a convenção do PT, já recebe as principais lideranças do partido. Embora haja uma forte militância no Distrito Federal, o clima é tranqüilo, sem muito entusiasmo. Há uma sensação generalizada de que o presidente Lula deverá ser reeleito já no primeiro turno. A necessidade da realização de uma reforma política logo no início do próximo mandato é o tema central das declarações das lideranças do PT. O secretário geral do partido, Raúl Pont (RS), disse que sem a realização desta reforma fica difícil garantir a governabilidade.

Segundo Pont, há uma pulverização muito grande no Congresso, o que leva a uma política de "balcão de negócios". Para ele, é preciso que o presidente Lula envolva a sociedade e a convença da necessidade de uma reforma constitucional. "Além de estar no programa, tem que ser o ponto central do discurso do presidente para que ele transmita à população a importância desse tema. Precisamos de um sistema de representação que garanta a governabilidade"

O senador Aloizio Mercadante (SP), candidato ao governo paulista também defendeu que o início do segundo mandato seja iniciado com uma ampla reforma política, que garanta critérios mais rígidos nos financiamentos de campanha e fidelidade partidária. Mercadante disse que as contas do PT nesta campanha estarão disponíveis na Internet com todas as contribuições e despesas. Segundo ele, este já será um avanço na transparência das campanhas

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também avalia que o governo deve estar empenhado na reforma política. De acordo com o ministro, é um programa que não pode mais ficar a cargo somente dos parlamentares. Para Bernardo, os políticos têm dificuldades em discutir o assunto porque pensam na própria eleição. "Precisamos moralizar o financiamento de campanha e dar estabilidade partidária. O Congresso Nacional não pode ser o único responsável. O governo tem de se envolver", disse

A convenção estava prevista para começar às 10h, com a chegada do presidente Lula às 10h30. Mas Lula se atrasou. Estão previstos cinco discursos: um de um representante dos movimentos sociais, que deve ser o presidente da CUT, João Felício, do presidente do PSDB, Eduardo Campos, do presidente do PTdoB, Renato Rabelo, do presidente do PT, Ricardo Berzoini, do vice-presidente José Alencar e, por último, do presidente Lula.

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