Levantamento sobre economia solidária no Brasil ficará pronto em dois meses

O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria Nacional Economia Solidária, finaliza nos próximos dois meses um levantamento sobre economia solidária no Brasil. Será o mapa das cooperativas, associações e grupos de trabalhadores do país. Vinte e sete equipes estaduais devem visitar cerca de 20 mil organizações. Os trabalhadores vão responder a um questionário com perguntas sobre o número de associados, o tipo de produção e os problemas enfrentados.

O diretor do Departamento de Estudos e Divulgação da Economia Solidária, Valmor Schiochet, conta que entre os objetivos do mapeamento está aumentar a visibilidade a economia solidária no Brasil. "É uma realidade cada vez mais expressiva, mas pouco conhecida. As informações podem contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas mais adequadas", prevê Schiochet. "Os dados também podem servir para a criação de redes. Por meio da cooperação, é possível ampliar as possibilidades de geração de renda."

Um estudo inicial feito com 10 mil associações e cooperativas revelou que as parceiras entre trabalhadores aumentaram a partir da década de 1990 ? 70% delas foram criadas nos últimos 15 anos. A maior parte das organizações está no Nordeste (48,5%) e Sul (22,4%). A agricultura, pecuária, artesanato e reciclagem são as principais atividades desempenhas pelos trabalhadores.

Em Itajaí, Santa Catarina, a empresa Fio Nobre é resultado da parceria de seis pessoas. Todos os sócios trabalham juntos e dividem os lucros que conseguem com a venda de 800 quilos de fio para artesanato por mês. Uma das sócias, a tecelã Idalina Maria Boni, conta como é trabalhar em um negócio solidário. "Quando você está como sócia-proprietária, o projeto de carreira é o crescimento coletivo. Quando a gente consegue crescer de maneira mais igual, vendo a distribuição de renda, você está dividindo, distribuindo lucro, e você está sentindo o crescimento das pessoas", conta a tecelã.

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