Integrantes da Comissão de Sindicância do PT deram indícios, nesta sexta-feira, de que o deputado José Dirceu (PT-SP) poderá escapar da recomendação de abertura de uma Comissão de Ética para avaliar seu envolvimento nas denúncias de corrupção que atingem o partido e o governo federal.
Apesar de o relatório sobre o caso ainda não ter sido finalizado, a maioria dos membros deixou claro que não vê indícios suficientes para comprovar que Dirceu teria coordenado o esquema de caixa dois do PT ou o repasse de recursos irregulares a parlamentares.
"Eu tenho uma avaliação de que tudo que existe contra o deputado José Dirceu são insinuações de que ele é o mentor desta situação, de que ele coordenava, mas não existe nenhuma prova concreta contra o deputado. Então, naturalmente, (a comissão) terá também, na minha opinião, que encaminhar sugestões diferentes para ele", afirmou o segundo vice-presidente do PT, Romênio Pereira.
Apesar de não ter citado diretamente o nome de Dirceu, a coordenadora do programa Fome Zero, Marlene Rocha, também defendeu que poderão ser adotados pareceres diferentes para cada um dos envolvidos nas denúncias.
"Existem diferenças de responsabilidade e envolvimento de cada um no processo", disse Marlene, que também é membro da comissão, acrescentando que já está definido que haverá sugestão de abertura de Comissão de Ética para alguns parlamentares. "Eu acho que não para todos. Para alguns."
O tesoureiro do PT, José Pimentel, foi o único membro da Comissão de Sindicância que evitou fazer comentários sobre o andamento do relatório, que está sendo finalizado neste momento, na sede do Diretório Nacional do PT, na capital paulista. Segundo ele, é necessário aguardar que a reunião seja concluída antes de dar qualquer informação sobre o assunto.