Jefferson Péres dá indicação de apoio do PDT a candidato tucano

O PDT decide amanhã se confirma a tendência de apoiar o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, no segundo turno das eleições presidenciais. O apoio que pode assegurar a transferência dos 2,64 milhões de votos obtidos no primeiro turno pelo candidato do partido, senador Cristovam Buarque, vai depender da escolha dos dirigentes, dos parlamentares e dos candidatos ao governo, informou o senador Jefferson Péres (AM). Péres reconheceu que há resistências entre os pedetistas ao nome de Alckmin, mas defende que "pior", seria não recomendar a seus eleitores o candidatos que acredita ser "mais comprometido com a ética". "Ele não fez um governo de amigos e camaradas, como Lula", justificou

Como líder em exercício do partido, Péres disse que os escândalos do governo Lula "abriram um fosso muito grande", afastando o PT do PDT, embora ambos tenham compartilhado no passado da mesma ideologia. Mas frisou: "São tão tênues as divisões entre esquerda e direita, que eu digo hoje que não há nada tão de direita quanto o populismo demagógico". Da tribuna, ele saudou a vitória de seu partido por ter ultrapassado as exigências da cláusula de barreira. Também comemorou o segundo turno das eleições, por entender que, se eleito no primeiro turno, Lula sairia da eleição "tão triunfalista, tão arrogante, tão certo que o povo o apoiaria em qualquer circunstância, de que tinha obtido uma absolvição da maioria dos eleitores no nosso País, que ele não precisaria do Congresso ou da imprensa, não precisaria sequer do seu próprio partido, o PT", alegou.

"Estaríamos marchando para um projeto personalista de poder, perigosíssimo que eu não sei onde iria desaguar". Para Jefferson Péres, o segundo turno mostrou que Lula não estava tão blindado a respeito da corrupção em seu governo, como pensava. "Não é mito, não; ele perdeu a eleição", alegou. Lembrou que Fernando Henrique, "que tinha muito menos popularidade", venceu a eleição em primeiro turno, com 53% dos votos, enquanto que Lula não chegou a 49%. "Que sirva de lição. Desça do sapato alto, não se julgue um semideus. O Brasil é uma República, as instituições funcionam. Não foi e nem jamais será uma Venezuela, que ele venha humilde, que faça um mea-culpa durante os debates, seus erros não foram pequenos". No seu entender, o segundo turno mostrou que "o Brasil passou pelo seu teste de fogo".

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