O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) não precisará assinar o termo de compromisso com a verdade para prestar depoimento, hoje, na CPI da Compra de Votos, ou CPI do Mensalão, embora compareça na condição de testemunha. A decisão foi tomada há pouco pelo presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), na abertura dos trabalhos. "O deputado Roberto Jefferson estará aqui na condição de testemunha, porque ele é o autor das denúncias do mensalão e porque também já teve seus sigilos quebrados. Não vou fazê-lo assinar o termo de compromisso", anunciou Lando.
A reunião da CPI prossegue, ainda em fase de debate sobre os procedimentos dos trabalhos, e sobre os próximos passos a serem tomados. Os integrantes da CPI informaram que querem a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, suspeito de ser o operador do mensalão e de seu sócio na agência SMPB, Cristiano Paes. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), titular da CPI dos Correios, lembrou que os documentos em posse da CPI dos Correios são de "transferência" dos sigilos de Marcos Valério e seus sócios e não de "quebra".
A diferença, segundo integrantes da CPI dos Correios é que a transferência não permite que os sigilos de Valério sejam tornados público oficialmente; o que só pode ser feito com a quebra dos sigilos. "Se a CPI do Mensalão quer os sigilos de Valério precisa votar a quebra, porque o que temos na CPI dos Correios é uma transferência de sigilos e que não podemos repassá-los à CPI do Mensalão", alertou Faria de Sá. O senador Amir Lando declarou em seguida que essa questão será apreciada mais à frente na CPI do Mensalão.
O senador informou ainda que Valério e Paes serão convocados a depor na CPI, em data a ser agendada. O vice -presidente da CPI do Mensalão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS) declarou que a exemplo da CPI dos Correios, a CPI do Mensalão dedicará uma hora pela manhã e uma hora, na parte da tarde, diariamente, apenas para analisar documentos recebidos.