Jefferson diz que existe faturamento de até 300% em contrato dos Correios

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) iniciou seu depoimento à Comissão de Ética da Câmara com a acusação de que existe um superfaturamento de "até 300%" nos contratos do chamado "Correio Aéreo Noturno", serviço dos Correios mantido por meio de contrato, segundo ele, com a empresa "SkyMaster".

Segundo Jefferson, "60%" das irregularidades apontadas pelo ex-diretor dos Correios Maurício Marinho, em fita divulgada pela imprensa há um mês, dizem respeito à "diretoria de informática" da empresa, não à diretoria de administração da empresa, ocupada por Antonio Ozório Batista, indicado pelo PTB. Já Marinho, segundo Jefferson, "não pertence aos quadros do PTB" e é funcionário de carreira.

"Não compreendi ainda como é que o cioso Ministério Público e a Polícia Federal ainda não investigaram o Correio Aéreo Público e o departamento de informática SkyMaster", ressalta.

A diretoria de informática, segundo o deputado, é indicação de Silvio Pereira, secretário geral do PT. Ele acusou a imprensa e o governo de agirem para ocultar o fato de que a maioria das irregularidades é registrada nessa diretoria. Também disse estranhar o fato de que "o zeloso Ministério Público, a zelosa Polícia Federal e a zelosa Controladoria Geral da União" não investigarem a diretoria de informática e a empresa Novadata – que, segundo ele, é apontada na fita, por Marinho, como beneficiária de contratos com os Correios.

Jefferson iniciou seu depoimento jurando dizer a verdade e "confirmar integralmente as entrevistas dadas à jornalista Renata Lo Prete, do Jornal Folha de S. Paulo". O relator do processo, o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), afirmou que Jefferson tem até a próxima semana para apresentar testemunhas.

Jefferson agradeceu ao presidente do PL, Waldemar Costa Neto "a oportunidade de falar ao Brasil". Afirmou que as inserções de Costa Neto na programação de televisão são "hipócritas". "Não corro. Não temo. Haverei de enfrentar cada segundo deste processo que começa aqui e deságua na CPI dos Correios e do Mensalão", afirmou. Ele assegurou ainda que não renuncia ao mandato "que não é a coisa mais importante que defendo".

Comentou ainda o "inferno astral" que viveu um mês antes de seu aniversário. Hoje (14) ele completa 52 anos.

Roberto Jefferson esta pela primeira vez no Congresso, após as denúncias do suposto esquema de pagamento de R$ 30 mil mensais a deputados do PL e do PP, que ficou conhecido como "mensalão". A falta de provas sobre a denúncia parece ser o principal problema do deputado, que completa hoje (14), 52 anos.

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