Jader Barbalho parte em defesa de Renan Calheiros

O deputado e ex-presidente do Senado do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) defendeu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), das denúncias publicadas nesta sexta-feira (25) na edição antecipada da revista "Veja". Segundo Barbalho, o presidente do Senado é acusado de ter um filho fora do casamento e de ter, eventualmente, recorrido a um amigo para resolver "problemas particularíssimos, da sua mais absoluta intimidade, e não de ter mantido relações de fraude ou condenáveis com uma construtora como a Mendes Júnior.

Além de amigo de Renan e companheiro de grupo partidário, Barbalho passou por situação semelhante à dele quando era senador. Ele foi obrigado a renunciar ao mandato e à presidência do Senado no curso de uma onda de denúncias contra ele lideradas pelo também ex-presidente do Senado, senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois, ACM também foi levado à renúncia sob a acusação de ter violado o painel eletrônico do Senado em uma votação secreta.

Barbalho aconselhou Renan Calheiros a reagir e dar explicações sobre a existência ou inexistência de relações entre ele e a empresa que supostamente o teria financiado. Em conversa por telefone, na manhã de hoje, Barbalho sugeriu a Renan que se recuse a falar sobre a sua vida particular e que diga, se considerar necessário, que "sobre isso deve explicações apenas à sua mulher".

A reportagem da revista revela que Calheiros tem uma filha de três anos, fora do casamento, com a jornalista Mônica Veloso e que o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo pagava o aluguel de um apartamento e pensão, para mãe e filha, no valor de R$ 16.500,00. Barbalho acha que reportagens sobre a vida privada de pessoas, ainda que sejam homens públicos, buscam somente "o escândalo pelo escândalo".

O deputado Barbalho não descarta a hipótese de que existam interesses políticos, instalados no próprio governo, por trás da onda de denúncias que atingiu um setor expressivo do PMDB que mantém aliança mais antiga com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele avalia como "muita coincidência" o acúmulo de referências ao presidente do Senado na investigação da Operação Navalha, da Polícia Federal. Em tom de ironia, ele diz que não consegue acreditar que a origem da denúncia da "Veja" seja parte do processo da Operação Navalha. "Na minha vida política, aprendi que governo não gera crise, mas as equaciona; quem gera crise é a oposição, e às vezes setores do governo tomados de euforia que resolvem fazer também o papel de oposição".

Voltar ao topo