Jadel inicia luta pelo ouro no triplo

Por anos foi fácil prever quem ganharia o salto triplo no Mundial de Atletismo. O inglês Jonathan Edwards dominou a prova nos anos 90. Após a aposentadoria de Edwards, que ainda é recordista mundial (18,29 m, marca de 1995), o triplo passou ao domínio do sueco Christian Olsson.

Sua melhor marca pessoal (17,79 m) também valeu a medalha de ouro na Olimpíada de Atenas (2004). Olsson foi campeão mundial em Paris (2003). Com o pé machucado, está fora da temporada. O caminho está aberto para triplistas como o romeno Marian Oprea e o brasileiro Jadel Gregório. A qualificação do salto triplo do Mundial de Atletismo de Helsinque, na Finlândia, será nesta terça-feira, a partir das 14 horas (horário de Brasília).

A prova promete emoção. O público finlandês, que gosta e conhece atletismo, tem participado de todas as provas, ditando com palmas o ritmo para os saltadores. E Jadel saltará na mesma pista em que Adhemar Ferreira da Silva ganhou o ouro na Olimpíada de 1952.

Jadel, de 24 anos, tem a segunda melhor marca do ano (17,73 m) e estará no Grupo B. Oprea, que é o dono do melhor salto da temporada (17,81 m), no Grupo A. Classificam-se os que saltarem acima de 17 metros ou os melhores 12. A final será na quinta-feira.

Oprea é dono da medalha de prata olímpica e vai competir sobre grande pressão, como favorito. Segundo as previsões feitas pelos especialistas e distribuídas pelos organizadores do Mundial, "terá ainda uma pressão adicional vinda do Brasil: Jadel Gregório". No dia 26 de julho, em Estocolmo, Jadel (que foi quinto na Olimpíada) saltou 17,48m e Oprea 17,44m.

"Eu, o romeno, o inglês que apareceu aí (Nathan Douglas, de 22 anos), qualquer um. Quem estiver bem no dia pode levar", disse Jadel, que espera receber inspiração de Adhemar Ferreira da Silva. Jadel não só competirá no mesmo Estádio Olímpico onde o Brasil ganhou a primeira medalha de ouro do atletismo, como exatamente no mesmo local – apesar das reformas, a caixa de areia dos saltos permanece na lateral oposta da linha de chegada dos 100 metros.

Totalmente concentrado na prova, limitando-se a treinar, se alimentar e descansar, na Vila dos Atletas, na Universidade de Otanieme, o brasileiro acha que sua cabeça e seu corpo estão melhores agora do que na Olimpíada de Atenas.

O técnico-chefe do Brasil, Ricardo D’Angelo, acha até interessante que a maior pressão esteja com o romeno Oprea. "Ele foi prata em Atenas. Mas o Jadel está muito tranqüilo", garante. O técnico do salto com varas, Elson Miranda, vai ajudar Jadel na prova – o atleta está sem treinador. "Nós deixamos o Jadel à vontade para recorrer a quem quisesse, mas ele preferiu a ajuda do técnico de saltos do Brasil", observa D’Angelo.

Voltar ao topo