Izar afirma que decisão sobre Queiroz aponta ”tendência” para outros casos

A decisão dos integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que aprovaram hoje parecer recomendando a cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), é uma "tendência" que deve se repetir na análise de outros casos. A opinião é do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP).

"A partir da votação de hoje, vai exisitir uma tendência", disse Izar. "Diante do conselho, dinheiro recebido, não importa de onde e para quê, será suficiente para sugerirmos punição."

Existem 11 processos de cassação no conselho relacionados ao envolvimento de parlamentares no suposto esquema do mensalão. Romeu Queiroz é acusado de intermediar a arrecadação de R$ 450 mil para o PTB entre 2003 e 2004. Ele argumenta que não sabia da origem ilegal do dinheiro, a maior parte dele repassado pelo empresário Marcos Valério, a pedido do PT. O petebista também alega que era do partido a responsabilidade de declarar os recursos.

Para Queiroz, ao estabelecer um "critério" de julgamento, o Conselho de Ética corre o risco de errar. "O Conselho quer usar o caixa 2 como um critério para outros processos. Eu não utilizei caixa 2", rebate o petebista. "Ainda assim, cada processo é um processo. Não acho que todos devem ser punidos da mesma maneira. A sociedade está cobrando punição, mas dos errados, não dos inocentes", acrescenta.

Integrante do Conselho de Ética, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) discorda da avaliação de que, a partir do processo de Queiroz, o Conselho de Ética vá tratar os outros processos de forma idêntica. "Temos consciência de que cada caso é um caso ? e eles devem ser analisados um a um", defende. Sampaio admite, no entanto, que a ilegalidade cometida por Queiroz pode ser enquadrada como formação de caixa 2 para campanha eleitoral. "O caso clássico de caixa 2 é quando a arrecadação é para a campanha do próprio deputado que arrecada. Mas o caso do deputado Romeu Queiroz é de caixa 2 também, só que de partido. Ambas as condutas são recrimináveis e reprováveis, mas são distintas", afirmou.

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