Itamaraty quer maior participação de estados e municípios nas negociações internacionais

O diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Régis Arslanian, destacou nesta terça-feira (08) que o 1º Encontro Negociação Internacional ? Estados e Municípios, promovido pelo Itamaraty, pretende promover um maior entendimento das necessidades de estados e municípíos que apresentam realidades e interesses distintos.

?Uma das razões principais do Itamaraty ter organizado esse seminário é exatamente sabermos um pouco o que os estados e municípios pensam e quais são as idéias e opiniões sobre essas negociações?, afirmou.

De acordo com o embaixador, a participação de estados e municípios nesse processo dá mais legitimidade às negociações. ?Acho que a legitimidade nossa como negociador, como Ministério das Relações Exteriores, aumenta na medida em que tenhamos o aval, o endosso, o conhecimento e a informação da parte dos representantes dos estados e municípios?, avaliou.

O assessor especial para Assuntos Internacionais do governo de São Paulo, Adalnio Senna Ganem, considera importante acompanhar as negociações internacionais feitas pelo Ministério das Relações Exteriores, porque são os estados e municípios que recebem os benefícios e impactos dessas ações.

?O governo federal faz a formulação da política externa e cabe ao estados e aos municípios basicamente a execução, o dia-a-dia, os intercâmbios entre universidades, o comércio?, disse.

Os resultados das decisões e acordos do governo brasileiro com outros países influenciam também a vida da população de pequenos municípios. Com cerca de 10 mil habitantes, a prefeitura de Tiros (MG) tem interesse em uma área específica das relações internacionais: a que define as regras para emigração.

?Tiros, apesar de ser um município muito pequeno, é aquele que proporcionalmente, em Minas Gerais, depois de Governador Valadares, tem o maior número de emigrantes para o exterior?, revela o representante da prefeitura de Tiros, Sérgio de Queiroz Duarte.

?Essas pessoas emigram evidentemente em busca de melhores condições, mas na maior parte das vezes sem ter documentação adequada?, acrescentou.

Duarte ressalta que é importante acompanhar as iniciativas que estão sendo adotadas para apoiar os brasileiros que decidem morar no exterior. Segundo ele, as pessoas que estão ilegais dependem do trabalho principalmente dos consulados para conseguir se inserir na sociedade local e eventualmente até regularizar sua permanência.

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