Os ex-presidentes da República Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso defenderam nesta segunda-feira (21) a saída do ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, do governo. Ele é suspeito de envolvimento na rede de corrupção investigada pela Operação Navalha, da Polícia Federal. "Mais do que nunca, o momento requer que a gente vá fundo nessas questões. O presidente tem que ser claro, direto e se tem um ministro que está sendo questionado, tem que se tomar medidas", afirmou Fernando Henrique Cardoso.
Para o ex-presidente não adianta só fazer o barulho. "Enquanto que nós não tivermos essa crença na lei e fazer com que a lei seja igual para todos, a população vai ficar olhando para a classe política com uma certa desconfiança e não é para ter. A responsabilidade de quem tem liderança política é evitar que isso ocorra", concluiu.
Já Itamar Franco apontou que tem de ser visto com extrema preocupação porque se trata de um fato levantado contra um ministro de Estado, pela própria polícia do governo, como é o caso da Polícia Federal. Ele defendeu que Rondeau saia do governo, se defenda e, se for considerado inocente, volte. Ele citou casos parecidos de suspeitas de corrupção como o caso do ex-ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves e o ex-ministro da Fazenda, Eliseu Resende, que foi questionado pelo Senado, sobre o pagamento de diárias de hotel em Nova York. "O problema da ética é sério. Nós há pouco ouvimos uma figura do governo dizer que enquanto não há prova não há o que se fazer. Nós no nosso governo entendíamos errado", afirmou.
Fernando Henrique e Itamar Franco participaram de uma palestra no Seminário América Latina, Desenvolvimento e Inclusão, promovido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Eles irão participar ainda nesta segunda-feira de um jantar oferecido pelo governador Aécio Neves (PSDB), no Palácio das Mangabeiras.