Irmãos corsos

O Tribunal Regional Eleitoral ainda não tornou pública a decisão final sobre a validade ou não da coligação PSDB-PMDB, para a sucessão estadual, assumida pelo dividido ninho tucano na convenção regional de junho, indicando o deputado Hermas Brandão, presidente da Assembléia Legislativa, para figurar ao lado do governador Roberto Requião na condição de candidato a vice.

A decisão foi questionada pela ala tucana inconformada com o apoio aberto ao governador, a mesma que ao longo desses três anos e meio incorporou de tal sorte a inspiração oposicionista, a ponto de jurar de pés juntos que esta era a missão delegada pelos deuses da política cá para as bandas das araucárias.

Coube ao tribunal, tendo em vista a inexorável perda de capacidade dos partidos de resolverem suas profundas angústias existenciais, a tarefa de colar remendos numa estrutura prestes a ruir pelo recorrente apelo a expedientes que lembram a ordem imperante nas antigas cubatas, arrogar-se o direito de ordenar a fuzarca em que se meteram partidos tão díspares quanto os irmãos corsos.

O parecer do procurador regional eleitoral, Neviton de Oliveira Guedes, em tese, adiantou a posição do Tribunal Regional Eleitoral, mesmo que os juízes não tenham obrigação de acatar, no todo ou em parte, os argumentos que perfilhou para determinar que o PSDB não poderá anular o acordo feito na convenção regional.

A ala tucana comandada pelo deputado Hermas Brandão jamais teve qualquer dúvida quanto à presença confortável no reduto de Requião, e a recíproca deu-se com a mesma intensidade (ou maior), de modo que a campanha foi para as ruas mesmo contida pelas reservas de timidez típicas do começo de temporada.

O pronunciamento da corte eleitoral apenas irá referendar uma verdade previamente anunciada, a divisão interna do PSDB entre Requião e Osmar Dias, candidato da coligação Paraná da Verdade e preferido pelo grupo liderado pelo deputado Valdir Rossoni. Assim será.

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