Investidores têm dúvidas sobre continuidade da boa fase

Começou a se consolidar entre uma parcela considerável de investidores a percepção de que a forte onda de volatilidade que atingiu os ativos financeiros globais entre a terça-feira da semana passada e a segunda-feira desta semana foi superada.

Afinal, bolsas de valores e moedas e títulos de países emergentes ensaiaram uma recuperação na quarta-feira e ontem tiveram desempenho claramente positivo. Relatórios de vários bancos e fundos de investimentos aconselharam seus clientes a voltarem a elevar, gradualmente, suas exposição a instrumentos financeiros mais vulneráveis à volatilidade. Esses otimistas admitem, porém, que essa aposta ainda será testada hoje, com a divulgação dos dados do mercado de trabalho americano, o payroll.

O grau de desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos é considerado um fator crucial na calibragem do sentimento dos investidores em todo o mundo. Mas fincam o pé na previsão de que os mercados estão fadados a recuperar um nível de certa estabilidade daqui por diante, com potencial de recuperação. ?O pior já passou, foi apenas um susto?, disse o estrategista de um dos fundos de investimentos europeus em países emergentes. ?O pessoal está voltando às compras?.

Mas a turma dos mais cautelosos ainda é mais numerosa. Embora não acreditem que os mercados estejam fadados a uma crise aguda e prolongada, eles temem novos momentos de turbulência.

Gene Frieda, estrategista-chefe para mercados emergentes do Royal Bank of Scotland, aconselha cautela. Segundo ele, a maioria das correções do passado apresentou duas ondas: a primeira, que pega as pessoas de surpresa, seguida por uma recuperação intermediária que atrai o retorno dos investidores à compra de ativos, e uma terceira fase decisiva que os expulsa abruptamente.

?A primeira fase acabou?, disse Frieda, que acredita que a terceira ocorrerá em uma ou duas semanas. Mas ele prefere não voltar a comprar ativos emergentes neste momento. ?Melhor fazer isso na próxima fase de fraqueza nos mercados, pois a correção nos emergentes fracassou em restaurar níveis de preços muitos atraentes, mesmo nas bolsas de valores.

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