Inquérito da PF sobre dossiê pode ser prorrogado por 30 dias

O inquérito que investiga a operação de compra do dossiê contra políticos do PSDB deverá ser prorrogado por mais 30 dias. O prazo para conclusão dos trabalhos acaba dia 26, mas na avaliação do procurador da República, Mário Lúcio de Avelar, responsável no Ministério Público pelo acompanhamento das investigações, a PF deverá precisar de mais tempo na empreitada de descobrir a origem do dinheiro para a negociação.

O delegado Diógenes Curado Filho, que preside do inquérito, admitiu que não tem elementos suficientes para iniciar o indiciamento dos envolvidos e há risco de prorrogação. "Se até lá não conseguirmos reunir os elementos, terei que pedir mais prazo", disse. O pedido terá que ser apresentado pela PF ao juiz da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, Jefferson Schneider. Se for confirmada, será a segunda ampliação no prazo das investigações.

Há 59 dias, a PF rastreia o caso do dossiê e tenta, sem sucesso, descobrir a origem do dinheiro apreendido nas mãos de petistas. O inquérito 623/06 foi aberto dia 18, três dias depois que foram presos em São Paulo Gedimar Passos e Valdebran Padilha, com o R$ 1,75 milhão destinado à compra do material. Segundo Avelar, a PF deve se concentrar no exame da quebra dos sigilos telefônicos. "É um bom caminho", disse ele, negando-se a fornecer mais detalhes.

A PF vem cruzando os números telefônicos dos envolvidos com a localização geográfica dos sinais dos celulares no momento das chamadas com o objetivo de identificar onde estava cada personagem. Foi com essa técnica que se concluiu que o celular em nome de Ana Paula Cardoso Vieira estava, na verdade, nas mãos de Hamilton Lacerda, ex-assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e apontado como "o homem da mala". A PF percebeu que o celular de Ana Paula se conectava com todos os demais, menos com o de Lacerda e, ao examinar os sinais, identificou que ambos estavam sempre nas mesma área.

Curado também já recebeu os resultados da quebra do sigilo bancário do ex-segurança do presidente Lula, Freud Godoy, mas não quis adiantar sua avaliação sobre eles. Embora não declare, o delegado trabalha com a hipótese de que o dinheiro tenha saído do caixa dois do partido e, por isso, quer ouvir os tesoureiros de campanha do presidente Lula e de Mercadante, respectivamente José de Filippi Júnior e José Giácomo Baccarin.

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