Indústrias não precisam temer abertura de mercado brasileiro, avalia Furlan

Brasília ? O setor industrial não tem motivos para temer a abertura do mercado brasileiro para produtos industriais de outros países, garante o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.

Na próxima semana, representantes de 148 países estarão em Hong Kong (China) para a 6ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). Como instrumento de barganha com a União Européia, o Brasil leva uma oferta de redução das tarifas para a entrada de bens industriais. Em troca, quer acesso ao mercado europeu para os produtos agrícolas brasileiros.

"Não há razão para apreensão. A proposta que levamos para Hong Kong é uma proposta conservadora, não cria embaraços à produção brasileira", assegurou. "Quando se fala em abrir determinados setores, estamos falamos em 5, 10 anos, em desgravar (desonerar) 0,5% a 1% ao ano. Não é uma coisa aterrorizante", avaliou.

Nesse intervalo, acrescentou o ministro, será possível dar mais "eficiência" à base da economia de juros, adotando medidas como melhoria da infra-estrutura, queda nos juros, simplificação de processos, redução de custos de transação e melhora no trânsito aduaneiro. "Todos esses fatores são, potencialmente, ganhos de competitividade. São mecanismos de redução de custos das empresas", disse.

Furlan destacou, ainda, que a negociação em Hong Kong permite a definição de um conjunto de produtos sensíveis para os quais a desoneração será mais branda e implementada lentamente. O ministro também ressaltou que a oferta brasileira está condicionada à lista de demandas brasileiras. "O Brasil tem que ter uma agenda agressiva, e não apenas defensiva", finalizou.

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