Industrias de autopeças abrirão 5 mil vagas em 2006

São Paulo – A indústria de autopeças pretende abrir entre 5 mil e 6 mil vagas para atender a demanda das fábricas de automóveis em 2006. Pela projeção, cada ponto porcentual de crescimento na produção de carros deve representar mil novos postos de trabalho nas fornecedoras de componentes. As montadoras devem fabricar cerca de 2,58 milhões de veículos, entre 5% a 6% acima do volume deste ano, que chegará a 2,44 milhões de unidades, 10% a mais ante 2004.

As autopeças abriram este ano 10 mil postos e têm hoje 197 mil trabalhadores, maior quadro de pessoal em dez anos. "Estamos perto de voltar a passar a casa de 200 mil funcionários o que não ocorre desde 1995", diz o presidente do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Autopeças (Sindipeças), Paulo Butori. Naquele ano, o setor empregava 214,2 mil pessoas.

As empresas do setor investiram cerca de US$ 800 milhões este ano e a previsão é de montante parecido em 2006. A Honeywell Turbo Technologies, fabricante de turbos compressores com a marca Garret, vai investir US$ 2 milhões na fábrica de Guarulhos, valor que supera em mais de 60% os gastos deste ano. A maior parte será destinada à aquisição de máquinas, equipamentos e ferramental para a produção de novos sistemas para motores eletrônicos.

Com e entrada em vigor, no próximo ano, da legislação ambiental Euro III, que estabelece limites para a emissão de poluentes por parte dos veículos de grande porte, a empresa, líder no mercado de turbos compressores, desenvolverá novos sistemas para atender a demanda das montadoras.

"O plano é de contratar mais funcionários, a partir de abril ou maio, mas ainda vamos avaliar o comportamento do mercado para definir números", afirma o diretor geral da Honeywell, José Rubens Vicari. A fábrica tem atualmente 220 trabalhadores e faturou, este ano, US$ 50 milhões líquidos. A projeção é de crescer 14% em 2006.

As exportações responderam por 35% do faturamento, participação que deve ser mantida no próximo ano, apesar da defasagem cambial. O maior cliente direto da empresa é a Inglaterra.

Em fevereiro, a Valeo vai inaugurar nova linha na unidade de Guarulhos, reunindo em uma única fábrica a produção de sistemas de segurança (fechaduras, travas, chaves, trava da coluna de direção e componentes diversos) hoje divididas entre as filiais de Diadema e do bairro da Cantareira, na capital paulista. A previsão era de iniciar as operações no segundo semestre deste ano, mas as obras atrasaram.

Os investimentos da Valeo em 2006 devem somar US$ 50 milhões, sendo US$ 15 milhões na nova unidade.

Reposição

O faturamento total do setor de autopeças passou de US$ 16 bilhões em 2004 para US$ 22 bilhões. "O resultado foi bom mas, descontada a perda cambial, o crescimento real fica em 8% e não em 30%", informa Butori. As exportações saltaram de US$ 4,5 bilhões para US$ 7,2 bilhões, número que também inclui a valorização do real, alega o executivo.

No próximo ano, segundo Butori, o setor espera recuperar participação nas vendas ao mercado de reposição. "Este ano, muitos consumidores deixaram de consertar o carro e perdemos espaço para compras como celulares e TV de plasma." Há cinco anos, 18% do faturamento do setor vinha do mercado de reposição, fatia que este ano cai para 13%, diz o presidente do Sindipeças.

Uma das empresas que vai investir no mercado de reposição é a NSK, fabricante de rolamentos automotivos e industriais. A empresa vai inaugurar em fevereiro uma nova unidade, ao lado da atual, em Suzano, na Grande São Paulo. O investimento é de R$ 10 milhões.

Os rolamentos que serão produzidos na nova unidade atualmente são importados do Japão, onde está a sede da NSK. "A matriz está com a capacidade tomada e decidiu pela produção no Brasil para abastecimento do mercado local e clientes da América do Sul", informa o gerente da empresa brasileira, Oswaldo Almeida. Serão necessárias contratações, mas ele não detalha números. A empresa tem hoje 800 funcionários.

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