Indústria do sudoeste paranaense faz o seu SOS

Mais de 1000 organizações apoiaram o Dia de Luto da Indústria no Sudoeste, especialmente em Pato Branco, Palmas, Dois Vizinhos e Chopinzinho. Uma idéia que surpreendeu a Coordenadoria Regional da Fiep e o Sindimetal Sudoeste pela adesão imediata da classe industrial e da comunidade. Durante a reunião de lideranças do Sindimetal Sudoeste, realizada na última terça-feira empresários, voluntariamente, pegaram vários cartazes que evidenciam os motivos do luto (Carga tributária e juros elevados, burocracia excessiva para o crédito e  peso dos encargos trabalhistas) para repassar aos colegas que fixaram em pontos visíveis de seus estabelecimentos.

Ivan Fernando Paula de Lima, diretor Executivo de uma indústria do segmento alimentício, disse que existem segmentos em que há crescimento, porém, se houvesse das lideranças nacionais uma atenção para os itens pautados dentro do Dia de Luto da Indústria as organizações estariam num estagio mais evoluído. ?No Dia de Luto estamos fazendo o que é a nossa vocação: produzir?.

A administradora Cátie Compagnoni, industrial na área de confecções diz que apóia a iniciativa. ?As reivindicações dizem respeito diretamente ao que enfrentamos no dia-a-dia. Se todos os impostos que pagamos fossem corretamente direcionados estaríamos num novo estágio de desenvolvimento social e pagamos muito e temos pouco retorno deste dinheiro que acaba concentrado no governo. O empresário tem que encarar encargos pesadíssimos, suporte em saúde, amparo aos trabalhadores e ainda concorrer em pé de igualdade com produtos importados. ?Hoje benefícios sociais como seguro desemprego e até auxílio maternidade caem sobre os ombros de quem empreende e tem que ser competitivo em relação a concorrentes que ? informalmente ? não tem a mínima responsabilidade por tudo isto.?

Cátie evidencia que crédito dizem que existe. Mas a burocracia e o custo deste crédito não representam grande auxílio ao segmento. ? Empregamos mais pessoas que na agricultura ? setor também importante ? mas poderíamos ter incentivos de crédito, pelo menos, semelhantes. Afinal empregamos e geramos transformação social pela geração de renda. ?O Dia de Luto da Indústria serve como alerta. Se a política governamental fosse diferente a mortalidade de empresas seria, por conseqüência, menor e numa cadeia de transformação a sociedade como um todo ganharia.?

Cláudio Petrycoski, coordenador Regional da Fiep evidencia que a idéia do Dia de Luto da Indústria não é ter esta data marcada para todos os anos. ?Estamos fazendo uma manifestação da classe este ano com fixação de cartazes, distribuição de adesivos e inclusive encaminhamentos de e-mails para mais de 1.500 parlamentares nacionais, estaduais, líderes de associações e sindicatos para que reflitam sobre o tema, se acharem necessário apliquem a idéia em suas respectivas regiões e façam com que haja transformação neste país. Uma das frases da campanha evidencia que ?as transformações que queremos para o Brasil começam localmente? e ela tem uma boa fundamentação pois, se não evidenciarmos nosso sentimento, as chances de termos nossos anseios atendidos são menores. O objetivo não é  dizer que tudo está errado, mas que há necessidade de atenção e foco nos pontos evidenciados no Dia de Luto da Indústria. Talvez, no ano que vem, não tenhamos motivo para repetir este movimento, o que é a torcida de todos.?

O diretor do Sindimetal Sudoeste, Valter Trojan conta que alguns empresários catarinenses estiveram visitando sua empresa e, ao verem os cartazes pediram, instantaneamente, para levar alguns aos seus estabelecimentos. ?Falaram em levar a idéia para lá, pois as reivindicações são exatamente ligadas a seus problemas cotidianos do segmento.?

A campanha se estenderá por mais alguns dias, com a permanência de cartazes nas empresas e distribuição de bótons adesivados. Marcelo Daletese,  jornalista da Aliados/Mk3 Comunicação e Marketing detalha que, a pedido da Coordenadoria Regional da Fiep toda a campanha está disponível para entidades e outras organizações interessadas em repeti-la em suas respectivas regiões, em qualquer ponto do país. ?É uma forma de evidenciar que os promotores da iniciativa querem que ela continue tendo eco pelo país. Afinal sua aplicação e os resultados de tais posicionamentos pode, com o passar do tempo, beneficiar diretamente o segmento industrial, pois mostra ao consumidor que ele acaba pagando, na ponta, pelo excesso de tributação e outras políticas que oneram a produção.?

O presidente do Fórum de Desenvolvimento de Pato Branco, Frederico Vanetti Araújo que também atua como secretário municipal de Administração e Planejamento de Pato Branco evidencia o total apoio ao movimento liderado pela Coordenadoria Regional da Fiep e Sindimetal Sudoeste. ?As entidades sabem que estão numa situação similar e precisam, também, fazer seu papel de reivindicar e dar mais eco para este tipo de reivindicação.?

O prefeito de Pato Branco, Roberto Viganó determinou aos secretários ligados ao segmento apoio às reivindicações. Disse que este tipo de reivindicações não só traz desenvolvimento ao segmento industrial, mas a sociedade como um todo. ?Entidades de Pato Branco estão iniciando um movimento que tende a ter seqüência em diversas outras partes do país. Afinal trata de algo que envolve o anseio de uma classe e da sociedade.?

Materiais e orientações sobre a campanha continuam disponíveis na sede do Sindimetal Sudoeste (Fone 46 3225-1222 sindimetalpb@terra.com.br ) Segundo a diretora Executiva do Sindicato, Meri Moraes a lideranças políticas da região e, principalmente o meio empresarial, demostraram apoio e interesse em levar a iniciativa a frente no sentido de reivindicar daqueles que podem mudar o atual cenário.?Há a preocupação das lideranças empresariais que estes anseios cheguem em quem decide e pode fazer a sua parte: o meio político.?

O deputado estadual Augustinho Zucchi já manifestou interesse em colaborar e em levar a frente estas reivindicações. ?Estamos estudando, via Assembléia, formas de dar respaldo a um movimento sério e que traz a tona uma necessidade do segmento industrial e de nossa gente.?

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