Incor é acusado de esquecer fio metálico em corpo de paciente

O Instituto do Coração (Incor), um dos mais renomados hospitais que tratam doenças cardíacas na América Latina, está sendo acusado de erro médico. A denúncia é feita pela família do aposentado Ercilio Crisci, de 76 anos, internado no hospital desde segunda-feira com dores e inchaço na perna direita. Após exames, ele foi informado que as dores eram causadas por um fio metálico esquecido em seu corpo, provavelmente durante um exame eletrofisiológico feito em 2004, no próprio Incor.

Na quinta-feira, Crisci foi operado para a retirada do objeto. O fio tinha 50 centímetros de comprimento e passava por veias de seu coração até a perna. Chamado de fio-guia, ele é introduzido no organismo para facilitar a entrada do cateter.

O diretor-executivo do Incor, David Uip, prefere não falar em erro médico até a conclusão da apuração. "Houve um equívoco ou um acidente. Mas entendemos que o problema foi resolvido", disse.

A família do aposentado, que inicialmente chegou a cogitar um processo contra o hospital, agora se diz agradecida. "A recuperação do meu pai está sendo muito boa. O hospital já se desculpou e estão tratando meu pai maravilhosamente bem", disse Isabel Crisci, filha do aposentado.

Segundo Isabel, Crisci vinha sentindo dor desde a semana do Natal. "Ele passou por vários médicos, mas diziam que o problema era uma hérnia."

Isabel procurou o Incor antes do Natal. No dia 25 de dezembro retornou ao hospital. O pai foi encaminhado à ortopedia que o mandou para o setor de atendimento a doenças vasculares. "Em nenhum momento pediram exames de raio X", contou. Segundo ela, o fio metálico só foi descoberto na sexta-feira passada, depois que Cresci passou pelo cardiologista.

O aposentado foi orientado a retornar ao Incor na manhã de segunda-feira. Ele voltou mas teve de esperar para ser atendido até as 23 horas. "Uma comissão vai apurar também o que ocorreu no atendimento no pronto-socorro", garantiu Uip.

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