Impostos das empresas de energia podem se tornar recursos para pesquisa

Rio – A Eletrobrás quer se candidatar a receber parte do dinheiro depositado no Ministério da Ciência e Tecnologia, equivalente a 0,4% da receita operacional das empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, para utilização em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

O chefe do departamento de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial da Eletrobrás, Ronaldo Lourenço, informou que esse dinheiro é gerido pelo fundo setorial de energia (CTEnerge), que se encarrega de realizar as chamadas públicas para os projetos ligados à área. Segundo o executivo, as empresas do grupo Eletrobrás têm interesse em apresentar projetos de P&D no âmbito do CTEnerge, do MCT.

"Para o ano de 2006, foram aprovados quatro projetos do setor elétrico que devem gerar em torno de R$ 5 milhões para o grupo Eletrobrás", informou Lourenço. Dentre esses projetos, destaca-se o estudo de microalgas para captura de créditos de carbono, que será realizado pela Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), empresa do grupo Eletrobrás, e uma universidade da região sul do país.

Ronaldo Lourenço explicou que o processo consiste na captura de dióxido de carbono através de algas, que servem, inclusive, como alimento para a população. O chefe do departamento da Eletrobrás avaliou que o projeto é importante porque abrenge toda a cadeia social, econômica e ambiental. "Esse projeto pega muito a vertente do desenvolvimento sustentável", afirmou.

A importância para o setor elétrico está ligada ao fato de que as usinas térmicas a carvão são poluidoras da atmosfera e o projeto ajuda a retirar esse carbono do ar, o que é feito através de uma tecnologia que permite a absorção de CO2. "E se você, além de absorver essa tecnologia, consegue criar um subproduto que pode ser ingerido pela comunidade, eu acho que isso é o melhor dos mundos", afirmou.

Lourenço lembrou que o projeto pode representar para o Brasil a obtenção dos chamados créditos de carbono, uma vez os países considerados grandes poluidores devem ter interesse em colocar dinheiro em determinados projetos que impliquem na redução de seus níveis de poluição.

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