IML está sob suspeita de epidemia de tuberculose

O Instituto Médico Legal (IML), em Curitiba, é alvo de suspeita de epidemia de tuberculose. Ontem pela manhã, uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no prédio para vistoriar as instalações e averigüar a veracidade das denúncias de funcionários sobre as más condições de trabalho, principalmente em relação à higiene do local. Há dois meses foi confirmado um caso.

A diretora de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Luhm, no entanto, disse que os traços fortes na prova tuberculínica não são sinônimo de epidemia. A confirmação de novos casos da doença depende de exames clínicos e radiológicos que estão sendo feitos na Saúde Pública.

De acordo com o diretor-geral do IML, Carlos Ehlke Braga Filho, há apenas um caso confirmado: o de uma auxiliar de necrópsia, que está em tratamento. De acordo com o diretor, está sendo investigado se a doença foi contraída nas dependências do prédio do IML. O caso foi confirmado há cerca de dois meses, segundo o diretor. “Embora as contaminações ocorram geralmente em casa, ela pode ter ocorrido no local de trabalho”, apontou o diretor. Segundo ele, dos 23 casos, 12 são os que apresentam maior probalidade da doença – o fator reagente é positivo – e 11 casos estariam praticamente descartados. A investigação cabe à Secretaria Municipal de Saúde.

Os principais sintomas da tuberculose são tosse com duração de três semanas ou mais, febre baixa, fraqueza no corpo, perda de apetite, emagrecimento, suores noturnos, dores no peito, nas costas e, em alguns casos, escarro com sangue.

Irregularidades

Braga Filho revelou que o IML não contava com medicina do trabalho até três meses atrás, quando um médico, duas enfermeiras e uma arquitetura passaram a compor a equipe. “Em janeiro, pedimos uma vistoria da Vigilância Sanitária para apontar irregularidades físicas, de ambiente, a exposição de risco dos funcionários”, afirmou o diretor, acrescentando que até então, “nenhuma direção teve oportunidade de fazer isso.” Ele apontou ainda incorreções do ponto de vista físico. “Existem salas com maior propensão de contaminação, como as localizadas próximas ao necrotério”, afirmou.

Braga Filho informou ainda que o IML está passando por reformas. “Fizemos reforma no setor administrativo e, no mês que vem vamos passar para as sessões técnicas, a começar pelo necrotério”, declarou. Os recursos devem vir do próprio IML e, caso necessário, a direção deverá solicitar apoio da Secretaria de Segurança Pública. Trabalham no IML de Curitiba 190 pessoas.

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