IGP-M deve mostrar leve aceleração em 2007

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de 2007 deve mostrar leve aceleração em relação a este ano, de acordo com a estimativa feita hoje pelo coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele acredita que o índice encerre 2007 exibindo uma taxa de 4% ante variação de 3 83% vista em 2006.

Para chegar a esta projeção, Quadros partiu de premissas de que os preços no atacado (IPA) subirão 4,7% no próximo ano e de que os índices de preços ao consumidor (IPC) e o de construção civil (INCC) terão alta de 3,0%. "O IGP-M está mais para 4% e não para 4,3% como mostra a mediana da Focus (divulgada toda semana pelo Banco Central) ou mesmo 4,5% como escuto de alguns analistas", afirmou.

Segundo o coordenador, para que a taxa prevista pelos outros agentes econômicos seja confirmada, o IPA teria de ficar acima de 5% no ano que vem. "Não vejo nada no front que sugira isso: temos visto queda do preço do petróleo e a China deve se manter como uma potência, mas não provocar acréscimo de demanda", argumentou. Além disso, ele acrescentou que as projeções para as safras do próximo ano são positivas, com expectativa de crescimento da oferta.

O economista da FGV disse que a sua previsão conta com a convergência do índice de preços por atacado com os do consumidor. Ele lembra que enquanto os IPCs estão desacelerando, os IGPs vêm subindo este ano, e que este movimento deve continuar em 2007. "Boa parte da convergência entre os IGPs e o IPCA deve ser atribuída ao câmbio. Agora que o câmbio está praticamente neutro, um peso morto, os índices ficam mais ligados e a expectativa é de que no próximo ano eles se reaproximem", afirmou.

Para Quadros, a alta de 3,83% vista este ano é uma volta da inflação à normalidade e não um descontrole. "Aritmeticamente, a inflação de 2006 foi o triplo da de 2005 (1,21%), mas esta não é a avaliação mais correta. Além disso, a taxa atual não preocupa o Banco Central", disse. Segundo ele, os preços devem continuar a subir entre 3,5% e 4,0% em média por ano porque a economia brasileira ainda tem indexações.

Especificamente para o primeiro mês de 2007, Quadros não soube fazer uma previsão mais exata, ainda que tenha afirmado que dificilmente o resultado de janeiro repetirá o índice observado no mesmo mês deste ano, de 0,92%. "A taxa deve ficar um pouco acima da vista em dezembro (0,32%), por causa do impacto das mensalidades escolares no IPC-M, mas como Alimentação tem mostrado desaceleração e este é um grupo muito volátil, é difícil fazer uma previsão mais exata", comentou.

O coordenador destacou ainda que o impacto de alta dos Transportes vista este mês já não será verificada em janeiro, porque a pressão do aumento dos preços das tarifas dos transportes públicos no Rio e em São Paulo ficou restrita a dezembro.

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