O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inicia em abril do próximo ano o trabalho de campo do Censo Agropecuário, levantamento que foi realizado pela última vez em 1996. Paralelamente também será realizada a contagem populacional do País. De acordo com o presidente do Instituto, Eduardo Pereira Nunes, os técnicos irão percorrer 5,6 milhões de propriedades rurais em todo o País com o objetivo de levantar dados relativos à produção agropecuária, área plantada e estrutura de armazenamento e logística para o escoamento do volume produzido.
Nunes revelou que o planejamento do IBGE previa a realização do Censo Agropecuário a cada cinco anos. Porém, o aumento da demanda por serviços, principalmente a divulgação de pesquisas e indicadores econômicos, trouxe restrições orçamentárias para o cumprimento do cronograma. Muitas vezes, explicou, a disponibilidade de recursos não acompanhou o crescimento desta demanda.
Ele ressaltou, porém, que a necessidade de realização do censo agropecuário, dez anos depois do último levantamento, tornou-se imprescindível para diagnosticar a produção agrícola, justamente por ser o período em que o setor mais se desenvolveu. "Está na hora de verificarmos o potencial do agronegócio e a capacidade da agricultura familiar para gerar empregos e renda", afirmou.
Pela primeira vez, segundo ele, os técnicos também irão verificar os índices de cobertura vegetal e os recursos hídricos das propriedades, além de analisar os impactos ambientais que a produção agropecuária pode causar nas diversas regiões do Brasil. A previsão é de que os primeiros resultados do censo sejam divulgados no final de 2007 e que todo o levantamento esteja disponível no final do ano seguinte.
A partir dos dados, Nunes acredita que o governo federal terá informações suficientes para o planejamento de ações, pesquisas agropecuárias e para a logística de distribuição. Ele enfatizou que o censo não pretende se transformar em fonte de informações para a finalidade de reforma agrária.
Para o Censo Agropecuário, o IBGE deverá recrutar 80 mil recenseadores e supervisores em todo o país. Já a contagem deverá contar com 70 mil entrevistadores. Durante toda esta semana, chefes das 500 agências do instituto vão estar reunidos em Caeté (a 40 quilômetros de Belo Horizonte) para planejar os levantamentos.